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Este trabalho trata de uma análise narrativa sobre o comer em uma comunidade carente, território remanescente quilombola e as relações compreensivo-hermenêuticas que se estabeleceram naquele espaço simultaneamente ao advento da pandemia por Covid-19. Foram analisadas narrativas de um membro do Quilombo do Orobu, localizado na cidade de Salvador, Bahia, Brasil, obtidas de modo virtual. Utilizou-se a metodologia interpretativa com contribuições dos escritos de Gadamer, que remeteu aos significados histórico-sociais para interpretação do comer, da fome, do mundo do trabalho, do pertencimento e do distanciamento físico como medida de prevenção ao novo coronavírus em uma comunidade culturalmente aglomerada. A principal contribuição da interpretação dessa experiência narrativa surge da percepção de moradores da comunidade quanto a ausência de escuta ativa por parte do poder público, pertencimento alimentar ancestral e a compreensão aparentemente antagônica de isolamento sociointerativo dos moradores para enfrentar o Covid-19. Para um momento pós-pandêmico, veio à tona a interpretação da necessidade de discussões sobre a renda mínima infantil relacionada à alimentação escolar para crianças de baixa renda como medida de proteção à Segurança Alimentar e Nutricional na comunidade. |