Resistência aos antimicrobianos e virulência de Escherichia coli patogênica para aves (APEC) isoladas de perus com doença respiratória

Autor: Cunha, Marcos Paulo Vieira
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2014
Předmět:
Druh dokumentu: Dissertação de Mestrado
Popis: Os prejuízos causados por Escherichia coli patogênica para aves (APEC) na produção de aves é justificativa de pesquisas realizadas no mundo todo há décadas. Recentemente, o potencial zoonótico e a multirresistência das cepas desse patotipo têm sido alvo frequente dos trabalhos realizados com APEC. O objetivo desse trabalho foi caracterizar 225 cepas APEC isoladas de perus condenados por aerossaculite em abatedouros em relação à resistência a 14 antimicrobianos, perfil de virulência e grupos filogenéticos. 92% das amostras apresentaram perfil de multirresistência (MDR) e os índices mais altos de resistência foram a sulfonamidas (94%), tetraciclina (83%), eritromicina (82%), estreptomicina (60%), amoxicilina (53%) e ácido nalidíxico (48%). Metade das cepas foram classificadas no grupo filogenético B2 (50%), seguido por B1 (28,6%), grupo A (17,1%) e grupo D (4,8%). Os genes de virulência pesquisados tiveram prevalência de iroN (95%), iss (93%), cvi/cva (67%), iucD (67%), tsh (56%), irp2 (51%), ibeA (31%), vat (24%), neuS (19%), astA (17%) e papC (15%). Considerando o potencial zoonótico e a associação a um maior número de genes de virulência quando comparadas aos outros grupos filogenéticos, as cepas B2 foram selecionadas para pesquisa de integrons de classe 1 e clonalidade. As 112 amostras B2 eram pertencentes a 83 diferentes perfis ERIC, sendo classificadas como multiclonais. Os integrons de classe 1 estiveram presentes em 107 isolados (95,5%). Esses resultados demonstram que a maioria das cepas pesquisadas pertencia ao grupo mais virulento (B2) e relacionado a cepas ExPEC humanas. Aliado ao alto índice de multirresistência encontrado, esses dados sugerem que as aves podem servir como reservatório de cepas patogênicas e multirresistentes, tanto para humanos como para animais, reforçando a ideia de que as aves representem importante papel na cadeia epidemiológica das ExPEC.
Avian Pathogenic Escherichia coli (APEC) has been studied for decades because of its economic impact on the poultry industry. Recently, the zoonotic potential of APEC and multidrug-resistant strains have emerged. The aim of this study was to investigate the virulence profile, phylogenetic background and antimicrobial resistance in 225 strains of Escherichia coli isolated from turkeys presenting airsacculitis. The results showed that 92% of strains presented a multidrug-resistance (MDR) profile, and the highest levels of resistance were to sulfamethazine (94%), tetracycline (83%). Half of these strains (112/225) were classified in phylogenetic group B2, followed by groups B1 (28.6%), A (17.1%) and D (4.8%). The prevalence of virulence genes was as follows: iroN (95%), iss (93%), cvi/cva (67%), iucD (67%), tsh (56%), irp2 (51%), ibeA (31%), vat (24%) neuS (19%), astA (17%) and papC (15%). Considering the zoonotic potential and association to a greater number of virulence genes when compared to other phylogenetic groups, B2 strains were selected for screening of class 1 integrons and clonality. The 112 samples belonging to 83 ERIC profiles and classified as multiclonal. Class 1 integrons were present in 107 isolates (95.5%).These results demonstrate that the majority of the investigated strains belonged to group B2, which is more virulent and is related to human ExPEC strains. Coupled with the high rate of multidrug-resistance found, these data suggest that turkeys may serve as a reservoir for pathogenic and multidrug-resistance strains, for humans and animals, reinforcing the idea that poultry plays an important role in the epidemiological chain of ExPEC.
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