Marcadores metabólicos/inflamatórios e balanço simpato-vagal em pacientes com síndrome metabólica e apneia obstrutiva do sono: efeito da dieta hipocalórica e treinamento físico
Autor: | Fonseca, Felipe Xerez Cepêda |
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Jazyk: | portugalština |
Rok vydání: | 2019 |
Předmět: | |
Druh dokumentu: | Tese de Doutorado |
Popis: | Fundamento. A frequente associação da síndrome metabólica (SMet) com a apneia obstrutiva do sono (AOS) prejudica o balanço simpato-vagal, cujos mecanismos não são totalmente conhecidos. Alterações metabólicas e inflamatórias podem explicar, pelo menos em parte, esta disfunção autonômica. Dieta hipocalórica associada ao treinamento físico (D+TF) é a terapia de primeira escolha no tratamento da SMet e pode impactar na melhora desses parâmetros. Objetivos. Investigar se a sobreposição da AOS na SMet tem um efeito aditivo nas alterações metabólicas e inflamatórias e se essas alterações estão associadas com o desbalanço simpato-vagal. Adicionalmente, investigar o efeito da D+TF nos fatores de risco da SMet, na severidade da AOS, na recuperação da frequência cardíaca pós-esforço máximo (FCrec), no balanço simpato-vagal e nos marcadores metabólicos e inflamatórios. Métodos. Foram estudados 67 pacientes recém-diagnosticados com SMet (ATP-III), não diabéticos e sem uso de medicamentos. Um grupo controle saudável (CS, n=19) também foi recrutado no estudo. A AOS foi definida pelo índice de apneia/hipopneia (IAH) > 15eventos/hora (polissonografia, PSG). Os grupos SMet com AOS (SMet+AOS, n=36) e SMet sem AOS (SMet-AOS, n=31) foram subdivididos consecutivamente em dois grupos:D+TF (D, decréscimo de 500 kcal/dia; e TF, 50-70% VO2pico, 3x/sem, 1h) ou seguimento clínico sem intervenção (C), compondo, assim, os seguintes 4 grupos: SMet+AOS/D+TF (n=19), SMet+AOS/C (n=10), SMet-AOS/D+TF (n=14) e SMet-AOS/C (n=13). No período pré e pós 4 meses de D+TF ou período C, foram realizadas as seguintes avaliações: PSG; microneurografia (atividade nervosa simpática muscular, ANSM); teste esforço cardiopulmonar (TECP) para avaliar o consumo de oxigênio (VO2pico) e o comportamento da FC; glicose e insulina de jejum (índice HOMA-IR e índice QUICKI); teste de tolerância oral à glicose para avaliação da área sobre a curva (ASCglicose e ASCinsulina); leptina; adiponectina; TNF-alfa; PCR; IL1-beta ; e IL-6. Adicionalmente, foi realizado o estudo da variabilidade da FC (banda de alta frequência, AF; banda de baixa frequência, BF e o balanço simpato-vagal cardíaco, AF/BF). Resultados. No período pré-intervenção, exceto pela glicemia de jejum, ambos os grupos com SMet foram semelhantes entre si e diferentes do grupo CS nas variáveis peso, fatores de risco da SMet e na BF e AF/BF. SMet+AOS e SMet-AOS apresentaram prejuízo na ANSM e AF comparados ao CS, enquanto que SMet+AOS apresentou prejuízo na ANSM e AF comparado ao SMet-AOS. Comparado com o CS, somente SMet+AOS apresentou prejuízo na glicemia de jejum (P < 0,001), leptina (P=0,03), ASC glicose (P=0,001), ASCinsulina (P=0,02), HOMA-IR (P < 0,001), QUICKI (P < 0,001) e TNF-alfa (P < 0,05). Adicionalmente, ASCglicose (P=0,004) e QUICKI (P=0,04) foram piores no SMet+AOS que SMet-AOS. AANSM se correlacionou positivamente com leptina (R=0,27; P=0,03), ASCglicose (R=0,38; P=0,002), ASCinsulina (R=0,26; P=0,04) e QUICK (R=-0,30; P=0,02). Após a intervenção por D+TF, os grupos SMet+AOS e SMet-AOS apresentaram redução na ANSM e melhora na recuperação da FC após o TECP. Somente o grupo SMet+AOS submetido à D+TF apresentou redução no IAH (37±3,5 vs. 23±3,4 eventos/h, P=0,003), na insulina de jejum (13±1,3 vs. 9±1, ?UI/mL,P=0,02) no HOMA-IR (3,4±0,4 vs. 2,2±0,3 P=0,03) e no QUICKI (0,32±0,01 vs. 0,35±0,01, P=0,04). Os grupos C para a intervenção não apresentaram alterações no período pós-seguimento clínico. Conclusão. Em pacientes com SMet não diabéticos, a presença da AOS leva a um estado inflamatório e prejudica o controle metabólico e autonômico. A AOS também leva uma exacerbação simpática que pode ser explicada, em parte, pelo prejuízo metabólico da glicemia, insulinemia e leptinemia. Nos pacientes com AOS, a intervenção por D+TF diminuiu a IAH e a resistência à insulina. Independente da AOS, D+TF diminuiu o número de pacientes com SMet e melhorou o controle autonômico Background. The frequent association between metabolic syndrome (MetS) and obstructive sleep apnea (OSA) impairs the sympathovagal balance, which mechanisms are not fully known. Metabolic and inflammatory alterations could be explain, at least in part, this autonomic dysfunction. Hypocaloric diet and exercise training (D+ET) the first choice therapy in the treatment of SMet and may impact the improvement of these parameters. Objectives. Verify whether the overlap of OSA and MetS has an additive effect on metabolic and inflammatory markers and if these alterations are associated with sympathovagal unbalance. Additionally, to investigate the effect of D+ET over MetS risk factors, OSA severity, heart rate recovery after maximal exercise, the sympathovagal balance and metabolic and inflammatory markers. Methods. We studied 67 patients newly diagnosed with MetS (ATP-III), non-diabetic, without medication. A healthy control group (CS, n=19) was also recruited for the study. OSA was defined by the apnea-hypopnea index (AHI) >15 events/hour (polysomnography, PSG). The groups MetS with OSA (MetS+OSA, n=36) and without OSA (MetS-OSA, n=31) were divided in two groups. The intervention by D+ET (D was decrease of 500 kcal/day, and ET, 50-70% of peakVO2, 3x/week, 1h) or control group (C, follow up without intervention): MetS+OSA/D+ET (n=19), MetS+OSA/C (n=10), MetS-OSA/D+ET (n=14) and MetS + OSA/C (n=13). The pre and post period of 4 months of D+ET or C, were measured: PSG; microneurography (muscular sympathetic nerve activity, MSNA); cardiopulmonary exercise test (CPET) for evaluated the oxygen uptake (peakVO2) and heart rate (HR) response; glucose and insulin (HOMA-IR, QUICKI); oral glucose tolerance test for evaluate the area under the curve (AUCglucose and AUCinsulin); leptin; adiponectin; TNF-alpha; PCR; IL1-beta; IL-6. In addition, HR variability (LF=low frequency, HF=high frequency, LF/HF=sympathovagal balance). Results. In pre-intervention, except for fasting glucose, both MetS groups were similar and different from CS group in the weight, MetS risk factors and LF and HF/LF. MetS+OSA and MetS-OSA showed impairment in ANSM and HF compared to CS. In addition, MetS+OSA impairment in ANSM and HF compared to MetS-OSA. Compared to CS, only the MetS+OSA showed differences in fasting glucose (P < 0.001), leptin (P=0.03), glucose ASC (P=0.001), insulin ASC (P=0.02), HOMA-IR (P < 0.001), QUICKI (P < 0.001), TNF-alpha (P < 0.05). In addition, glycemia ASC (P = 0.004) and QUICKI (P = 0.04) were worse in MetS+OSA than to MetS-OSA. The ANSM correlated with leptin (R=0.27, P=0.03), ASC (R=0.38, P=0.002), ASC insulin; (R=0.26; P=0.04) and QUICK (R=-0.30; P=0.02). After intervention by D+TF, the MetS+OSA and MetS-OSA groups showed a reduction in the ANSM and improvement in the recovery of the HR after the TECP.Only the MetS+OSA group submitted to D+ET showed a diminished in AHI (37±3.5 vs. 23±3.4 events/h, P=0.003), fasting insulin (13±1.3 vs. 9±1, P=0.02), HOMA-IR (3.4±0.4 vs. 2.2±0.3 ?UI/mL, P=0.03) and QUICKI (0.32±0.01 vs. 0.35±0.01, P=0.04). The C groups did not change for intervention. Conclusion. In patients with non-diabetic MetS, the OSA leads to an inflammatory state and impairs in metabolic and autonomic control. The OSA also carries a sympathetic exacerbation that can be explained in part by the metabolic glucose, insulin, and leptin impairment. In patients with OSA, D+ET decreased the AHI and insulin resistance. Independently of AOS, D+ET decreased SMet number and improved autonomic control |
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