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A cognição social refere-se à capacidade de perceber e responder a outrem, através de funções como a identificação emocional e a teoria da mente (TdM). Com o envelhecimento verifica-se um "paradoxo emocional": enquanto pessoas idosas apresentam maiores dificuldades na identificação emocional e na TdM, mostram um viés de positividade (Positivity Bias) no processamento de estímulos. Para além da idade, maiores níveis de ansiedade e depressão podem impactar negativamente a cognição social. Assim, este estudo procurou perceber os efeitos do envelhecimento na cognição social e se estes são moderados, em particular agravados, pela ansiedade e depressão. Participaram no estudo 196 pessoas dos 20 aos 80 anos, através de um questionário online que avaliou a sintomatologia depressiva e ansiosa, bem como a capacidade de identificação emocional e de tomada de perspectiva afetiva (TdM). Em ambas as tarefas, verificou-se que a idade é preditora de pior desempenho na identificação de alegria e tristeza, embora seja preditora de uma melhor identificação do medo na tarefa que avaliou a capacidade de identificação emocional. A idade também é preditora da atribuição da valência e da intensidade percebidas nas expressões emocionais. Especificamente, expressões faciais de alegria são percecionadas como menos agradáveis com a idade, enquanto expressões faciais de tristeza e medo são avaliadas como menos desagradáveis. A depressão acentua o efeito da idade na atribuição da valência das expressões de tristeza e medo. Finalmente, expressões faciais de tristeza são avaliadas como menos intensas com a idade. |