COVID-19 em Doentes em Hemodiálise: uma tempestade moderada?
Autor: | Nuno Diogo Pereira Pinto de Oliveira Lopes |
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Jazyk: | angličtina |
Rok vydání: | 2021 |
Předmět: | |
Druh dokumentu: | Dissertação |
Popis: | Nos doentes em hemodiálise, seria de esperar um maior risco de COVID-19 grave devido à presença de disfunção imunológica e à elevada prevalência de comorbilidades. No entanto, as primeiras séries de casos publicadas reportaram elevada frequência de COVID-19 não grave nestes doentes. Neste contexto, procedemos à revisão das 13 séries de casos de COVID-19 em hemodiálise relativas aos primeiros cinco meses de 2020. A frequência de sintomas como a febre e a tosse foi inferior a 70%, enquanto a prevalência de sintomas atípicos, como a náusea e a diarreia, foi superior à descrita noutros grupos de doentes. Apesar de uma mortalidade elevada nestes doentes - reportada entre 10% a 32% - a causa de morte identificada não foi, geralmente, pneumonia COVID-19. Além disso, a incidência de síndrome de dificuldade respiratória aguda foi semelhante à dos doentes sem doença renal terminal, variando entre 14 a 48%. Um dos fatores determinantes na fisiopatologia da síndrome de dificuldade respiratória aguda na COVID-19 é a tempestade de citocinas que pode surgir no decurso da infeção por SARS-CoV-2. Ao contrário do que acontece na população em geral, documentámos níveis diminuídos de diversas citocinas nos doentes em hemodiálise com COVID-19. Sugerimos que a disfunção imunológica associada à hemodiálise, caracterizada por diminuição da capacidade fagocitária, diminuição do número de linfócitos B e menor atividade de células T, se associa a uma menor propensão para o desenvolvimento da tempestade de citocinas associada à COVID-19. Esta ativação imunológica diferencial nos doentes em hemodiálise no contexto da COVID-19 associa-se a uma apresentação atípica e a um prognóstico mais favorável do que o esperado face às características desta população. Maintenance hemodialysis patients have an expected higher risk of severe COVID-19 due to immune system dysfunction and a high burden of comorbidities. Nevertheless, early reports showed a milder disease course in this group of patients. Therefore, we analyzed 13 case series of maintenance hemodialysis patients diagnosed with SARS-CoV-2 infection in the first five months of 2020. Fever and cough were present in less than 70% of patients and atypical symptoms such as nausea and diarrhea were more prevalent than in other patient groups. Although fatality rate was high - between 10-32% - most reported causes of death were not COVID-19 associated pneumonia. In addition, acute respiratory distress syndrome (ARDS) prevalence - 14% to 48% - was similar to that of patients without end stage kidney disease. The cytokine storm is one of the main mechanisms behind ARDS development in SARS-CoV-2 infection. However, we report decreased cytokine levels in maintenance hemodialysis patients compared to the general COVID-19 population. We propose that the hemodialysis related immune dysfunction, characterized by decreased phagocyte capability, diminished B cell number and impaired T cell activity, is associated with a lower risk of COVID-19 associated cytokine storm development. This differential immune system behavior is associated with an atypical clinical presentation and more favorable prognosis than expected for this group of patients. |
Databáze: | Networked Digital Library of Theses & Dissertations |
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