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A presente dissertação de mestrado tem como objetivo conhecer e discutir de forma fundamentada teórica e contextualmente, uma política educacional de bem-estar de crianças num JI multicultural da cidade do Porto. No referencial teórico problematizaram-se conceitos capazes de iluminar a nossa problemática. Foca-se tanto em elementos acerca da construção sócio histórica de infância e da criança, como em estudos sobre cidadania (cidadania infantil e pedagógica) e multiculturalismo educacional, discutindo finalmente como uma política de bem-estar anda a par com pedagogia da interculturalidade educacional para a infância. Para percebermos o bem-estar das crianças e as suas dimensões permaneceu-se no local a observar e escutar o ambiente e os sujeitos, onde crianças de várias culturas vindas de vários pontos do mundo se cruzavam diariamente entre si e com seus educadores. Teve-se a preocupação de captar a experiência e relações vividas pelas crianças e a relação pedagógica e social propiciada. Foram realizadas observações semanais no contexto da sala e da escola e realizaram-se uma entrevista semiestruturada à sua educadora e conversas intencionais com as crianças em estudo. Optou-se por uma metodologia qualitativa e por um estudo de caso, utilizando a observação-participante e as conversas intencionais com crianças e com a equipa pedagógica. Estes procedimentos estavam focados em perceber se o bem-estar entre e com as crianças de várias culturas se encontra ou não presente, e o lugar e os recursos envolvidos neste processo. Os resultados obtidos evidenciam como os espaços que a escola concretiza através das suas ações pedagógicas resultam em lugares que satisfazem crianças e equipa. Os interesses e as culturas estão presentes de forma positiva; as crianças têm liberdade de expressão, voz e agem, criam e decidem com autonomia; nota-se uma relação que possibilita a expressão de capacidades múltiplas; existem momentos de desconforto entre culturas, mas existem também dinâmicas para os enfrentar; a equipa educativa incentiva a participação e a construção conjunta nas atividades, através de escuta das suas vozes, por direito próprio. Mostra-se como uma política de bem-estar educacional mobiliza uma pedagogia da interculturalidade para lidar com todas as crianças, que se situa na interseção de várias dimensões- recursos, ambiente, respeito, voz, proximidade, afetos, relações e profissionalidade multicultural responsável social e educacionalmente. |
