[pt] O PARADOXO DA REPRODUÇÃO: ESTADO, POPULAÇÃO E JUSTIÇA REPRODUTIVA NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Autor: ANA CAROLINA COSTA LACERDA
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2024
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Druh dokumentu: TEXTO
DOI: 10.17771/PUCRio.acad.68802
Popis: [pt] Os debates sobre reprodução tem sido marcados pelo paradoxo perene entre: a abordagem da democracia liberal, na qual os direitos reprodutivos são vistos como direitos essenciais para a cidadania das pessoas que abortam, representados pela autonomia reprodutiva e fortemente marcados por princípios de direitos humanos; e a ótica da biopolítica que compreende que os direitos reprodutivos, quando implementados, são afetados por relações de poder que influenciam direta ou indiretamente as decisões reprodutivas das mulheres, havendo então, a impossibilidade do exercício da autonomia reprodutiva dentro de um sistema marcado pela existência da biopolítica do gênero. Essa tese tem como objetivo compreender os processos de articulação entre as relações interseccionais de poder (Collins, 2022) que permeiam este paradoxo contribuindo para o debate sobre o tema nas Relações Internacionais. Para isso, a tese propõe uma crítica às abordagens teóricas construtivistas e pós-estruturalistas da disciplina que negligenciam a reprodução como um eixo central das relações de poder no sistema internacional, e ao feminismo libera marginaliza as experiências reprodutivas de mulheres racializadas. A tese demonstra como a atuação e reivindicações das mulheres brasileiras luta por direitos reprodutivos nos fornece possíveis caminhos para compreender as manifestações cotidianas do paradoxo da reprodução. Para isso, utiliza-se de uma análise interseccional das experiencias reprodutivas de mulheres no Brasil para compreender como os sistemas de poder se articulam e se organizam, ingerindo nas escolhas reprodutivas das mulheres, para, então, compreender estratégias de resistência responsivas à injustiça social.
[en] Debates on reproduction have been shaped by the enduring paradox between the liberal democratic approach, which views reproductive rights as essential for the citizenship of those who seek abortions—represented by reproductive autonomy and strongly marked by human rights principles—and the biopolitical perspective, which posits that reproductive rights, when implemented, are affected by power relations that directly or indirectly influence women s reproductive decisions, thereby rendering reproductive autonomy impossible within a system marked by gendered biopolitics. This thesis aims to understand the articulation processes among intersecting power relations (Collins, 2022) that permeate this paradox, contributing to the debate on the subject within International Relations. To this end, it offers a critique of constructivist and post-structuralist theoretical approaches in the discipline that neglect reproduction as a central axis of power relations in the international system, as well as of liberal feminism, which marginalizes the reproductive experiences of racialized women. The thesis demonstrates how Brazilian women s activism and demands for reproductive rights provide possible pathways to understand the everyday manifestations of the reproduction paradox. To achieve this, an intersectional analysis of reproductive experiences among women in Brazil is employed to understand how power systems intersect and organize, influencing women s reproductive choices, and to identify responsive resistance strategies against the social injustices
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