[pt] SEDE DE DISCURSOS: LÓGOS COMO VINHO E OBJETO DE DESEJO NO BANQUETE DE PLATÃO

Autor: JULIA GUERREIRO DE CASTRO Z NOVAES
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2023
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Druh dokumentu: TEXTO
DOI: 10.17771/PUCRio.acad.62452
Popis: [pt] Sede de discursos propõe uma leitura do Banquete de Platão que segue como fio condutor a identificação de uma metáfora: o discurso como vinho. A hipótese consiste em postular que há um uso estratégico dessa imagem para descrever a natureza e os efeitos do discurso, lógos, enquanto objeto e modo de expressão do desejo erótico, eros. A dissertação se dedica a mapear o desenvolvimento dessa metáfora a partir de elementos dramáticos e lexicais específicos, representativos do modo como os personagens agem, interagem e se expressam na atmosfera ébria de um sympósion. Interpretado à luz desta estratégia, o Banquete emerge como um diálogo que não apenas se preocupa com as condições filosóficas de emissão e recepção de discursos, mas que dispõe também de um vocabulário teórico específico para as descrever em oposição a outras. Os valores heurístico e hermenêutico da metodologia fundada na metáfora do vinho estão, justamente, na explicitação e contextualização deste vocabulário, que opõe, simultaneamente, dois tipos de desejo e dois tipos de práxis discursiva. Tanto estes quanto aqueles são sistematizados em dois pares dicotômicos: de um lado, um paradigma apetitivo passivo-aquisitivo de preenchimento x esvaziamento; de outro, um paradigma erótico ativo-poiético de falta x inventividade. A diferença entre eles é referente à postura do sujeito desejante frente ao objeto: enquanto o primeiro consome, intro-verte, o segundo produz, extro-verte. Dito de outro modo, é a diferença entre um apetite por discursos e um eros por sabedoria.
[en] Thirst for speeches proposes a reading of Plato s Symposium that follows as a thread the identification of a metaphor: speech as wine. The hypothesis consists in postulating a strategic use of this image to describe the nature and the effects of speech, lógos, as an object and mode of expression of erotic desire, eros. The dissertation endeavors to map the development of this metaphor based on specific dramatic and lexical elements, representative of the way the characters act, interact, and express themselves in the drunken atmosphere of a symposion. Interpreted in light of this strategy, the Symposium emerges as a dialogue that is not only concerned with the philosophical conditions of the emission and reception of discourse, but also has a specific theoretical vocabulary to describe these in opposition to others. The heuristic and hermeneutic values of the methodology founded on the metaphor of wine are, precisely, in making explicit and contextualizing this vocabulary, which opposes, simultaneously, two types of desire and two types of discursive praxis. Both desires and praxeis are systematized into two dichotomous pairs: on the one hand, a passive-acquisitive appetitive paradigm of filling vs. emptying; on the other hand, an active-poietic erotic paradigm of lack vs. inventiveness. The difference between them pertains to the posture of the desiring subject vis-à-vis the object: while the former consumes, intro-verts, the latter creates, extro-verts. In other words, it is the difference between an appetite for speeches and an eros for wisdom.
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