[pt] ALTERIDADE COMO AFIRMAÇÃO DA VIDA: FRIEDRICH NIETZSCHE E OSWALD DE ANDRADE

Autor: HENRIQUE LEITE BRITES DA LUZ
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2022
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Druh dokumentu: TEXTO
DOI: 10.17771/PUCRio.acad.61004
Popis: [pt] Friedrich Nietzsche, ao longo de sua obra e, em especial, em sua crítica ao valor dos valores morais ocidentais para a vida, em que elabora a tipologia da moral nobre e moral dos escravos, associa a criação de valores a diferentes fisiologias humanas (homem ativo e homem reativo, homem como ave de rapina e homem como ovelha), compreendendo a moral como não desligada da vida orgânica e se colocando contra valores e práticas de homogeneização e nivelamento. Decorre daí uma visão que valora a alteridade – o que é outro, diferente, alheio – como de valor à vida, enquanto característica fisiologicamente inerente aos homens e que alimenta a força plástica humana. Oswald de Andrade, leitor confesso de Nietzsche, em especial em seus manifestos e ensaios filosóficos, resgata e reelabora a noção de antropofagia, enquanto visão de mundo e postura filosófica em que o outro é alimento de transformação de si, orgânica e moralmente (isto é, enquanto alimento ao corpo, no caso do ritual em sua origem, e também enquanto alimento à criação de novos valores); e que, portanto, também valora a alteridade como de valor à vida. Oswald elabora a sua própria tipologia, a do homem messiânico e homem antropofágico (patriarcado e matriarcado), e a sua análise do valor dos valores morais ocidentais para a vida, em que a sua crítica à moral do sacerdócio em muito se aproxima à crítica de Nietzsche feita a essa que, para o filósofo alemão, foi a mais forte das morais de escravo e de rebanho que o homem ocidental desenvolveu. Dentre aproximações e diferenciações, ambos os pensadores nos indicam a reflexão sobre a alteridade enquanto elemento de valor à plasticidade humana e, assim, à vida, apesar das tendências homogeneizadoras que possamos identificar ao longo da história e, ainda, do momento presente.
[en] This dissertation aims to investigate, from a philosophical point of view, how to cultivate the relationship between the making of science and the making of fiction can contribute to think about the planetary proportion of the ongoing ecological collapse. The research starts from the diagnosis that there is currently a disconnect between action and understanding, in other words, between the enormous energetic flux produced by the capitalist industrial civilization and the human capacity to dimension its catastrophic effects – not only for our species, but for a good part of the Earth s inhabitants. Thus, we can say that, for the warnings of climate science to make sense to everyone, that is, for us to learn to pay attention to the effects of anthropogenic actions, it is important that climate fiction make us feel, that is, that art invent stories that affect us to the point that we realize that, for planet Earth to continue habitable, it s necessary we build a healthy relationship with Gaia. This paper intends, therefore, to analyze the geopolitical implications caused by the ecological collapse, especially in the light of the oeuvre of Bruno Latour, but also from his dialogue with Dipesh Chakrabarty about the emergence of the Planetary, as well as from Margaret Atwood’s ustopian climate fiction, the MaddAddam trilogy.
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