[en] A REVOLUTION AT AN INOPPORTUNE TIME: FIGURATIONS OF NATIONAL HISTORICAL TIME ON THE HISTÓRIA DA REVOLUÇÃO DE PERNAMBUCO EM 1817

Autor: LUCAS DOS SANTOS SILVA
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2022
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Druh dokumentu: TEXTO
DOI: 10.17771/PUCRio.acad.58429
Popis: [pt] Esta dissertação pretende investigar as formas de figuração do tempo histórico nacional presentes na História da Revolução de Pernambuco em 1817 (1840), de Francisco Muniz Tavares. Ao interpretar a revolução pernambucana de 1817, Muniz Tavares a concebeu como uma tentativa de antecipação do futuro da independência que expressava uma assincronia entre Pernambuco e os demais espaços do Brasil. Isso porque a independência de 1822 foi compreendida como o crescimento de um germe da emancipação cujo plantio já teria se dado de modo precursor na revolução promovida em solo pernambucano, então interpretada como um prenúncio do futuro no passado. Para além disso, em sua narrativa do movimento de 1817, este letrado propôs uma leitura da história brasileira bastante crítica à colonização portuguesa, por vezes entendida como um passado ainda presente mesmo após a independência. A identificação do que, em sua perspectiva, seriam marcas do período colonial, como a escravidão e o atraso de parte dos brasileiros, produziu um modo de conceber o tempo histórico nacional que enfatizava as assincronias entre os diversos espaços e grupos que compunham a nação e no qual a suposição de um movimento temporal autônomo e animado pelo progresso coexistia com a permanência de passados indesejados. Isso originou uma visão menos harmônica da temporalidade nacional cuja apreensão nos permite complexificar e tensionar as análises relativas ao cânone historiográfico oitocentista, visibilizando narrativas dissonantes acerca da história brasileira.
[en] This research aims to investigate the forms of figuration of a national historical time on Francisco Muniz Tavares História da Revolução de Pernambuco em 1817 (1840). Interpreting the Pernambuco revolution of 1817, Muniz Tavares conceived it as an attempt to anticipate the future of independence that expressed a non-synchronicity between Pernambuco and Brazil. This is because the Brazilian independence was understood as the growth of a germ of emancipation whose planting would have already taken place in a precursory way in the revolution promoted in Pernambuco, then conceived as presage of the future in the past. Furthermore, in his narrative of the Pernambuco movement, this author proposed an interpretation of Brazilian history that was quite critical of Portuguese colonization, understood as a past still present even after independence. The acknowledgment of what, in his view, would be marks of the colonial period, such as slavery and the absence of progress on the part of Brazilians, produced a way of conceiving the national historical time that emphasized the non-synchronicity between the different spaces and groups that were part of the nation and in which the assumption of an autonomous temporal movement pervaded by progress coexisted with the permanence of unwanted pasts. This produced a less harmonious view of national temporality whose understanding allows us to enrich and tense the studies related to the 19th century historiographical canon, revealing dissonant narratives about Brazilian history.
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