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Esta é uma avaliação ecocardiográfica de indivíduos pré-hipertensos e hipertensos estágio I, aninhada no ensaio clínico randomizado PREVER. Ecocardiogramas foram realizados no início e após 18 meses de tratamento (clortalidona/amilorida ou placebo em pré-hipertensos, clortalidona/amilorida ou losartana em hipertensos estágio I). Comparando-se os ecocardiogramas basais de pré-hipertensos e hipertensos, observou-se que pré-hipertensão está associada a alterações ecocardiográficas de dano hipertensivo em órgão alvo semelhantes à hipertensão estágio I, com exceção da massa ventricular esquerda, que foi maior em mulheres hipertensas do que nas pré-hipertensas. Em hipertensos estágio I, após 18 meses de tratamento houve redução significativa no volume do AE, na massa do VE e na espessura relativa. Não houve redução significativa na massa do VE quando a redução da pressão arterial sistólica foi menor que 6,2 mmHg. Observou-se redução na proporção de remodelamento concêntrico do VE (60% para 41,8%) e aumento na proporção de geometria ventricular esquerda normal (30,9% para 49%). Comparando-se as medicações anti-hipertensivas em hipertensão estágio I, a regressão na massa ventricular esquerda, a redução no volume atrial esquerdo e as mudanças nos parâmetros de função diastólica após 18 meses de tratamento foram semelhantes para clortalidona/amilorida e losartana. Conclui-se que os parâmetros ecocardiográficos basais de dano hipertensivo em órgão alvo são semelhantes em pré-hipertensos e hipertensos estágio I. Em indivíduos com hipertensão estágio I, tratamento anti-hipertensivo por 18 meses promove efeitos benéficos na massa ventricular esquerda, volume atrial esquerdo e remodelamento concêntrico do VE, sem diferença entre os grupos de tratamento. Esses achados podem ter impacto nas consequências da cardiomiopatia hipertensiva, especialmente na insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada. |