Nem normal, nem patológico : mulheres em situações de violência: revelando sentidos para a atenção e o cuidado
Autor: | Soares, Joannie dos Santos Fachinelli |
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Jazyk: | portugalština |
Rok vydání: | 2016 |
Předmět: | |
Zdroj: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSUniversidade Federal do Rio Grande do SulUFRGS. |
Druh dokumentu: | Doctoral Thesis |
Popis: | Esta tese centra-se na problemática da violência contra as mulheres, nas trajetórias em serviços de acolhimento e em práticas sociais e profissionais de cuidado. Baseada em estudos anteriores da autora, parte das afirmações de que serviços e práticas são inadequados, desarticulados, medicalizados e desrespeitam as mulheres vitimadas. Nesse sentido, a partir de experiências de mulheres em situação de violência buscou refletir, compartilhadamente, sua relação com os serviços e suas concepções de cuidado. Trata-se de estudo misto, que descreve e analisa a violência contra mulheres à luz de diferentes enfoques teóricos entre as teorias principalistas do direito à vida em segurança, da saúde e do gênero. O local de realização foi o Centro de Referência e Atendimento à Mulher (CRAM) do município de Porto Alegre. As participantes foram mulheres atendidas no CRAM em decorrência de situações de violência. A geração de dados ocorreu por meio de pesquisa documental em 536 formulários de atendimento, observação sistemática realizada no serviço e entrevistas em profundidade com 14 mulheres. A análise dos dados ocorreu, primeiramente, pela análise quantitativa que sistematizou registros provenientes dos formulários de atendimento do CRAM que corresponderam ao perfil dos atendimentos e das informações sociodemográficas das mulheres atendidas, bem como dos agressores. A segunda etapa correspondeu à análise dos dados qualitativos, provenientes da pesquisa documental, da observação e das entrevistas, com utilização do método da Análise de Conteúdo. Descreveu-se a organização e os processos de trabalho do CRAM, as características dos atendimentos realizados e o perfil das mulheres atendidas e dos agressores. Na análise das trajetórias, constatou-se que na maioria delas estão presentes serviços e/ou profissionais de saúde, principalmente para atendimento relacionados à saúde mental. Identificou-se que as mulheres não são adequadamente acolhidas no setor Saúde. Nos setores Segurança e Justiça, foram observadas negligências institucionais que reproduzem e potencializam a violência. O CRAM foi unanimemente bem avaliado, sendo articulador da rede de atenção. Outros serviços da rede (conselho tutelar, escola, serviços de assistência social, casas abrigos), também se constituem em pontos de apoio importantes para as mulheres, evidenciando a relevância de estabelecer adequada articulação da rede intersetorial. Na linguagem das mulheres, as experiências de sofrimento e busca de acolhimento remetem aos principais elementos para um atendimento eficaz e satisfatório que são: orientação, apoio e proteção. Atribuem às experiências de violência, os sentidos de humilhação, de culpa e de medo, as quais são geradores de intenso sofrimento e têm impactado em sua saúde. As violências impossibilitam o pleno desenvolvimento de uma vida digna. Portanto, entende-se que o enfrentamento dessas situações é necessariamente intersetorial, implicando articulação e fundamentação na garantia dos Direitos Humanos das mulheres. Conclui-se que existe, predominantemente, inadequação das práticas para a construção de projetos de acolhimento e cuidado para as mulheres em situação de violência. Nesse sentido, pensa-se que é preciso assumir nova razão terapêutica, incorporando elementos do cuidado que incluam as tecnologias relacionais e que considerem os direitos humanos, os direitos de cidadania e os aspectos subjetivos nas experiências vividas por essas mulheres. This dissertation approaches the problem of violence against women upon trajectories in support services and in social and professional care practices. Based on previous studies by the author, it starts from statements that services and practices are inadequate, not articulated, medicalized and that they disrespect victimized women. Thus, a reflection was made from the experiences of women under violence condition by sharing their relation with the services and their care conceptions. This mixed study describes and analyzes the violence against women by considering different theoretical approaches among the Principalism theories regarding the right to safe life, to health and to gender and it was carried out in the Woman Reference and Attendance Center (CRAM) in Porto Alegre. The participants were women attended within the CRAM due to violence situations. The data were collected by means of documentation survey in 536 attendance forms, systematic observation at the service and in-depth interviews with 14 women. At first, the data underwent quantitative analysis that systematized records from CRAM attendance forms which corresponded to the attendance profile and the social and demographic information of the attended women and the offenders as well. The second step corresponded to the analysis of the qualitative data from the documental survey, the observation and the interviews by applying the Content Analysis method. A description detailed CRAM organization and working processes, the characteristics of the performed attendances and the attended women and offenders´ profile. The trajectories analysis showed that in most of them, services and/or health professionals are offered for mental health attendance and that the women are not properly welcome in the Health sector. Regarding Safety and Justice sectors, there has been institutional negligence which reproduces and enhances violence. CRAM service was unanimously well assessed and considered an organizer of the care network. Other network services (guardianship council, school, social support services, shelters) also are important support locations for women that evidence the relevance of establishing adequate articulation of the inter-sectoral network. In the language of women, experiences of distress and search for support address to the main elements of effective and satisfactory service, i.e.: advice, support and protection. They attribute to violence experiences the feelings of humiliation, guilt and fear which generate intense distress and impact on their health. Violence hinder the full development of a dignified life. Therefore, it is understood that the confrontation of these situations is necessarily inter-sectoral, implying articulation and foundation to safeguard the Human Rights to women. The conclusion drawn is that there is predominance of inadequate practices for the construction of support and care projects for women undergoing violence situation. Thus, it is needed to undertake a new therapeutic reason that incorporates care elements which include relation technologies and that consider human rights, citizenship rights and subjective aspects from these women´s experiences. Esta tese aborda la problemática de la violencia contra las mujeres, en las trayectorias en servicios de acogida y en prácticas sociales y profesionales de cuidado. Considerando estudios anteriores de la autora, parte de afirmaciones de que servicios y prácticas son inadecuados, desarticulados, medicalizados y no respetan las mujeres victimadas. Desde experiencias de mujeres en situación de violencia, se buscó reflexionar compartiendo su relación con los servicios y sus concepciones de cuidado. El estudio mixto describe y analiza la violencia contra mujeres considerando diferentes enfoques teóricos entre las teorías del Principalismo del derecho a la vida en seguridad, de la salud y del género, realizado en el Centro de Referencia y Atendimiento a la Mujer (CRAM) de Porto Alegre. Participaron mujeres atendidas en el CRAM debido a situaciones de violencia. Los datos resultaron de pesquisa documental en 536 formularios de atendimiento, observación sistemática en el servicio, y entrevistas en profundidad con 14 mujeres. Los datos pasaron, primeramente, por análisis cuantitativo que sistematizó registros de los formularios de atendimiento del CRAM que correspondieron al perfil de los atendimientos y de las informaciones sociodemográficas de las mujeres atendidas y de los agresores. La segunda etapa correspondió al análisis de los datos cualitativos, provenientes de la pesquisa documental, de la observación y de las entrevistas, utilizando el método de Análisis de Contenido. Se describió la organización y los procesos de trabajo del CRAM, las características de los atendimientos realizados y el perfil de las mujeres atendidas y de los agresores. El análisis de las trayectorias mostró que en su mayoría están presentes servicios y/o profesionales de salud, principalmente para atendimiento a la salud mental y que las mujeres no son adecuadamente acogidas en el sector Salud. En los sectores Seguridad y Justicia fueron observadas negligencias institucionales que reproducen y potencializan la violencia. El CRAM fue unánimemente bien evaluado, siendo articulador de la red de cuidado. Otros servicios de la red (consejo tutelar, escuela, servicios de asistencia social, hogares de abrigo), también se constituyen en puntos de apoyo importantes para las mujeres, evidenciando la relevancia de establecerse adecuada articulación de la red intersectorial. En el lenguaje de las mujeres, las experiencias de sufrimiento y búsqueda de acogida remeten a los principales elementos para atendimiento eficaz y satisfactorio: orientación, apoyo y protección. Se les atribuyen a las experiencias de violencia, los sentidos de humillación, culpa y miedo, que generan intenso sufrimiento e impacto en su salud. Las violencias imposibilitan el pleno desarrollo de una vida digna. Así, se entiende que el enfrentamiento de esas situaciones es necesariamente intersectorial implicando articulación y fundamentación en la garantía de los Derechos Humanos de las mujeres. Se concluye que existe predominantemente inadecuación de las prácticas para la construcción de proyectos de acogida y cuidado para las mujeres en situación de violencia. Aún, es preciso asumir nueva razón terapéutica, incorporando elementos del cuidado que incluyan las tecnologías relacionales y que consideren los derechos humanos, los derechos de ciudadanía y los aspectos subjetivos en las experiencias vividas por esas mujeres. |
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