Respostas da vegetação a diferentes frequências e intensidades de incêndios no sudeste da Bacia Amazônica

Autor: Roberta Thays dos Santos Cury
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2016
Zdroj: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UELUniversidade Estadual de LondrinaUEL.
Druh dokumentu: Doctoral Thesis
Popis: O desmatamento, a fragmentação florestal e as mudanças no clima têm chamado a atenção pelos seus efeitos na intensificação das secas e nos regimes de incêndios nas florestas tropicais, alterando a diversidade nos fragmentos remanescentes. Este estudo traz informações sobre algumas das respostas da vegetação a diferentes frequências e intensidades de incêndios no sudeste da Bacia Amazônica. No capítulo 1, analisamos o efeito da variação de combustível (serapilheira) na mortalidade de indivíduos lenhosos, nos danos, na área queimada e na regeneração pós-fogo. Observamos que o aumento de 50% no combustível elevou a mortalidade espécies de lenhosas em 14% (indivíduos entre 1-5 cm de DAP), os danos em 21% (indivíduos ≥ 5 cm DAP) e a área queimada em 33%. No capítulo 2, investigamos os efeitos de incêndios anuais (repetidos seis vezes; tratamento B6) e trienais (repetidos três vezes; tratamento B3) na diversidade de espécies regenerantes em comparação com o controle, não queimado (B0). A riqueza de espécies florestais da Amazônia, florestais coocorrentes no Bioma de Cerrado, espécies de hábito arbóreo-arbustivo e lianas foi reduzida na mesma proporção em ambos os tratamentos. Pyrostegia venusta foi a liana mais abundante em ambos os tratamentos, com ~42% dos indivíduos. Myrcia multiflora e Mabea fistulifera foram as arbóreas mais abundantes em B3. Todas as espécies arbóreas tardias na sucessão foram excluídas de B6. O número de espécies foi menor em B6 devido à redução do rebrotamento. Em contrapartida, o potencial de invasão da gramínea Aristida longifolia foi aumentado em B6. No capítulo 3, discutimos como os incêndios anuais e trienais alteram as fontes de sementes, plântulas e rebrotas; como estes são afetados pela borda florestal, e se as plântulas e as rebrotas persistem nos primeiros anos após os incêndios. Houve redução na chuva de sementes (-36%) e no banco de sementes (-56%) em B3 em comparação com B6. As sementes também foram reduzidas nas bordas. As plântulas foram afetadas em ambos os tratamentos (2,4% de recrutamento no controle, contra 0,6% em B3 e 0,7 em B6) e ao longo da borda. As rebrotas aumentaram no primeiro ano pós-fogo, principalmente em B3 (+5,5 rebrotas), mas declinaram nos anos subsequentes. Concluímos que deve haver maior investimento público no combate aos incêndios na floresta de transição Amazônia-Cerrado, a qual não está adaptada a incêndios recorrentes e intensos, uma vez que as principais vias de regeneração são negativamente afetadas.
Deforestation, forest fragmentation and climate change have drawn attention to their effects on the drought intensification and changing fire regimes in tropical forests, reducing the diversity of remaining forest fragments. The current study assesses the vegetation responses to different burn frequencies and intensities in southeastern Amazon Basin. In chapter 1, we analyzed the effects of variation in fine fuel load (litter) on woody plant damages and mortality, burned area and post-fire regeneration. We showed that an addition of 50% more fine fuel increased in 14% the woody plant mortality (individuals within 1-5 cm DBH range), and increased in 21% the number of damaged boles (individuals ≥ 5 cm in DBH), after an increase in 33% in burned area. In chapter 2, we investigated the effects of annual burns (burned six times; B6 treatment) and triennial burns (burned three times; B6 treatment) on regeneration species diversity, comparing with a control (not burned, B0). Tree, shrub and liana species both exclusive from Amazon forests and forest-Cerrado co-occurring species were reduced at the same proportion in both treatments. Pyrostegia venusta was the liana species more abundant in both burned treatments (~42% of all individuals). Myrcia multiflora and Mabea fistulifera, both early succession tree species, were the most abundant species in B3. All late-succession tree species were excluded of B6. This treatment also showed a reduced number of woody species resprouts and an increase in abundance of Aristida longifolia, a dominant invasive grass. In chapter 3, we discussed how B3 and B6 treatments alter the seed sources (seed rain and seed bank), recruits (seedling and saplings) and resprouts and how the forest edge influence each treatment; and also whether the recruits and resprouts were persisting after fires. Our findings showed a reduced number of seeds in the litterfall traps (-36%) and in the soil seed bank (-56%) in B3 compared with B6. Seeds were also reduced at the forest edge. Recruits were altered in both burned treatments (2.4% of seeds recruited in control site versus 0.6% in B3 and 0.7 in B6) and along the forest edge. We found that B3 was linked with a 5.5-fold increase in resprouts, however, they declined across the three years post-fire. We concluded that public investments are needed to inhibit wildfires in Amazonia-Cerrado transition forest, which are not adapted to recurrent and intense fires, since the main regeneration pathways were negatively affected.
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