Estudos citogenéticos em peixes das famílias Heptapteridae e Pseudopimelodidae (Siluriformes)

Autor: Juceli Gonzalez Gouveia
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2012
Zdroj: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UELUniversidade Estadual de LondrinaUEL.
Druh dokumentu: masterThesis
Popis: As famílias Heptapteridae e Pseudopimelodidae, da ordem Siluriformes, são compostas por peixes de couro endêmicos da região Neotropical. A família Heptapteridae é composta por 24 gêneros e 189 espécies válidas e Pseudopimelodidae por 5 gêneros e 29 espécies descritas. Estudos citogenéticos nessas duas famílias ainda são escassos, principalmente entre os pseudopimelodídeos. Portanto, visando ampliar as informações citogenéticas da ictiofauna da região neotropical, o presente trabalho foi realizado em três espécies da família Heptapteridae (Imparfinis schubarti, Imparfinis mirini e Pimelodella meeki) e duas espécies da família Pseudopimelodidae (Pseudopimelodus pulcher e Microglanis cottoides). As duas espécies estudadas de heptapterídeos do gênero Imparfinis apresentaram 2n=58 e número fundamental (NF) igual a 116, com fórmulas cariotípicas diferenciadas: Imparfinis schubarti possui 30m+28sm e Imparfinis mirini com 36m+22sm. Pimelodella meeki apresentou 2n=46 com 26m+14sm+6st e NF=92, confirmando uma variabilidade no 2n da família Heptapteridae. Ambas as espécies de Imparfinis possuem RONs intersticiais no par 1 coincidentes com uma constrição secundária e P. meeki apresentou RON terminal no par 17. Todas as AgRONs foram coincidentes com a sonda de DNAr 18S e positivas para o fluorocromo CMA3, ricas portanto, em bases GC. A distribuição e composição da heterocromatina foram variáveis entre as espécies. Pimelodella meeki apresentou pouca quantidade, rica em bases AT e GC. A heterocromatina em Imparfinis schubarti mostrou-se positiva apenas para CMA3. Em Imparfinis mirini um fato interessante foi observado: além da heterocromatina ser positiva para o DAPI, o braço longo de um dos cromossomos do par 19, apenas dos indivíduos machos, mostrou-se totalmente heterocromático. Após análises meióticas, esse heteromorfismo pode ser facilmente identificado em fases de paquíteno e metáfase I, apresentando-se heteropicnótico e DAPI positivo. Essa característica pode ser um indício de diferenciação inicial de cromossomos sexuais em Imparfinis mirini, reforçando a grande variabilidade cariotípica da família. Entre os pseudopimelodídeos estudados, Pseudopimelodus pulcher e Microglanis cottoides apresentaram 2n=54, o que corrobora com o 2n descrito para as espécies da família estudadas, citogeneticamente, até o momento. Pseudopimelodus pulcher possui 20m+16sm+10st+8a e NF=90, apresentou de 2 a 4 AgRONs no braço curto de um par par 12 e do par 23. Já Microglanis cottoides com 30m+14sm+6st+4a e NF= 104, apresentou apenas um par de cromossomos portador da RON (par 24). Todas as RONs foram coincidentes com as marcações pela sonda de DNAr 18S e fluorocromo CMA3. Uma fêmea de Microglanis cottoides apresentou 45m+21sm+9st+6a totalizando 81 cromossomos mais 2 cromossomos extras do tipo metacêntricos pequenos e a RON desse indivíduo foi localizada em três cromossomos subtelocêntricos (24), coincidentes com sitios de DNAr 18S e CMA3, confirmando a ocorrência de triploidia natural com cromossomos supranumerários. A distribuição da heterocromatina nas duas espécies mostrou-se semelhante sendo observada nas regiões pericentroméricas e terminais de alguns cromossomos, entretanto, em Pseudopimelodus pulcher a heterocromatina foi positiva tanto para CMA3 como para DAPI, sendo assim rica tanto em pares GC quanto AT, e em Microglanis cottoides foi apenas DAPI positiva, inclusive os cromossomos supranumerários do triplóide. Este indivíduo poliplóide pode ter se originado a partir de um gameta feminino diplóide, pois tanto a fêmea quanto o triplóide apresentaram dois cromossomos do primeiro par parcialmente heterocromáticos, fato este não evidenciado nos machos. Os dados apresentados são inéditos para P. pulcher e mostram a primeira descrição de triploidia natural com presença de cromossomos supranumerários na família. Esses resultados contribuem com mais informações citogenéticas para Heptapteridae e Pseudopimelodidae, revelando a importância dos bandamentos para uma melhor caracterização da estrutura cromossômica das espécies, buscando assim, um maior entendimento dos processos envolvidos na evolução cariotípica desses grupos de peixes.
The Heptapteridae and Pseudoplimelodidae families from Siluriformes order are composed for catfishes endemics from Neotropical region. The Heptapteridae family is composed for 24 genera and 189 valid species and Pseudopimelodidae for 5 genus and 29 valid species. Cytogenetics studies in those families are scarce yet, specially between pseudopimelodids. So, with the aim of increase cytogenetics informations from neotropical region ichthyofauna, the present study was realized in three Heptapteridae family species (Imparfinis schubarti, Imparfinis mirini and Pimelodella meeki) and two Pseudopimelodidade family species (Pseudopimelodus pulcher and Microglanis cottoides). The two heptapterids species from Imparfinis genus presented 2n=58 and fundamental number (FN) of 116, with different karyotypes: Imparfinis schubarti has 30m+28sm and Imparfinis mirini has 36m+22sm. Pimelodella meeki presented 2n=46 with 26m+14sm+6st and FN=92, confirming a variability in the diploid number of Heptapteridae family. Both species from Imparfinis genus has interstitial NOR located in one chromossomic par with a secundary constriction and P. meeki presented terminal NOR in the par 17. All AgNORs was coincidents with the data obtained with hybridization with the probe rDNA 18S and CMA3+, therefore rich in GC bases. The distribution and composition of heterochromatin was variable across the species. Pimelodella meeki showed small quantity of heterochromatin, composed with AT and GC bases. The heterochromatin in Imparfinis schubarti showed positive for CMA3. In Imparfinis mirini, an interesting fact was noted. The heterochromatin was positive for DAPI, and the long arms of just one chromosome from the 19th pair, just in males, showed completely heterochromatic. After meiotic analysis, this heteromorphism was easily identified in pachytene and metaphase I, been heteropicnotic and DAPI+. This caracteristic should be an hint of inicial differentiation of sexual chromosomes in Imparfinis mirini, reinforcing the great kariotypic variability of this family. In the pseudopimelodid studied, Pseudopimelodus pulcher and Microglanis cottoides presented 2n=54, corroborating with 2n discribed for species from this family stydied until now. Pseudopimelodus pulcher with 20m+16sm+10st+8a and FN=90, presented 2-4 AgNORs in the short arm from a submetacentric chromosome pair (pair 12) and in a subtelocentric chromosome pair (pair 23). Microglanis cottoides with 30m+14sm+6st+4a and FN=104, showed just a pair of chromosome bearing the NOR (pair 24). All the NORs was coincidents with the FISH with the rDNA 18S probe and with the fluorochrome CMA3. One female of Microglanis cottoides presented 45m+21sm+9st+6a, totalizing 81 chromosomes plus 2 small metacentric chromosomes extra and the NOR in this specimen was located in three subtelocentrics chromosomes (24), coincident with the rDNA 18S probe and CMA3, confirming the occurrence of natural triploidy with supernumerary chromosomes. The heterochromatin distribution in both species showed similar, where was possible see heterochromatin in pericentromeric and terminal regions of some chromosomes, however in Pseudopimelodus pulcher the heterochromatin was positive for CMA3 and DAPI, wherefor rich in GC and AT, and in Microglanis cottoides was just DAPI positive, including the supernumerary chromosomes of the triploidy specimen. The formation of this triploidy specimen could be from a diploid female gamete, for as the female as the triploid presented two chromosomes of the first pair parcially heterochromatics, what wasn`t seen in the males. This data are unprecedented for P. pulcher and are the first discription of natural triploidy and supernumerary chromosomes in this family. These results contribute with more information's to Heptapteridae and Pseudopimelodidae revealing the importance of the chromosome banding for a better characterization of the karyotypic structure and of the processes involved in the evolution of these groups of fishes.
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