Melquisedec, sacerdote de el elyon Uma exegese de Gênesis 14,18-20

Autor: Silva, Célio
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2008
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Zdroj: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da METODISTAUniversidade Metodista de São PauloMETODISTA.
Druh dokumentu: masterThesis
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In this study, which is based on Gênesis 14,18-20, we discuss about Melchizedek, king of Salem and his god el elyon, whose priest he is (v.18). The text is post-exilic, being an insertion to the chapter 14, and reflects the history of Judah in the period of its restauration (6th to 4th centuries b.C.) at a time when the priesthood at Jerusalem gradually assumed a power which they had never had before in their history, because the high-priest became a civil authority. Then Melchizedek, who receives the tithe from Abram, is an image that evokes the power of Jerusalem cult in the Judahite society and their allegeable right to tithe and gifts from the people. But Melchizedek, used by a later text, belongs to traditions that were earlier than the exile of Judah; traditions according to them the king also used to play a priestly role as religious chief and Iahweh s manager (Psalm 110). Of course this twofold function was a kind of legitimation of estructures of power characterized by a social, politic and economic organization, which, in general aspects, fits to the concept of tributary mode of production. Thus all a discourse built upon the king and upon other ideological aspects like the Zion theology, was used to support the status quo. And the use of the symbolic universe of religion took part. In this reseach we sustain the hypothesis that el elyon is a compounded name which bears el, that corresponds to the supreme god of Canaanite pantheon (ugaritic ilu), who has as one of his attribute the fact that he begot heaven and earth (what fits his tradition in arcaic cosmogonic conceptions from the Near East); and elyon, who seems to hide some characteristics of other god, Ba al (Psalm 18,7-17). Thus we notice that Melchizedek s god s name is the syncretic combination of some characteristics of two great deities of Canaanite pantheon
Neste estudo, que tem por base Gênesis 14,18-20, se discute a respeito de Melquisedec, o rei de Salém e seu deus el elyon, de quem é sacerdote (v.18). O texto é pós-exílico, sendo uma inserção ao capítulo 14, e reflete a história de Judá no período de sua restauração (séculos 6º a 4º a.C.), numa época em que o sacerdócio de Jerusalém assumiu gradativamente um poder sem precedentes em sua história, de maneira que o sumo-sacerdote acabou por se tornar uma autoridade civil. Melquisedec, que recebe o dízimo de Abrão, é uma imagem que evoca o poder do culto hierosolimitano na sociedade judaíta e seu alegado direito aos dízimos e ofertas oriundos do povo. Mas Melquisedec, usado num texto tardio, pertence a tradições anteriores ao exílio de Judá, segundo as quais o rei também desempenhava papel sacerdotal, como chefe religioso e intendente de Iahweh (Salmo 110). Essa dupla função foi um meio de legitimar as estruturas de poder caracterizadas por uma organização sóciopolítico- econômica que, em aspectos gerais, se ajusta ao conceito de modo de produção tributário. Assim, todo um discurso construído sobre a pessoa do rei e sobre outros aspectos ideológicos, tais quais a teologia de Sião (Salém), serviam de suporte para a manutenção do status quo. E em tal discurso coube o uso do universo simbólico da religião. Neste estudo, aventa-se a hipótese de que el elyon seja um nome composto, no qual subjazem el, que corresponde ao deus supremo do panteão cananeu (o ugarítico ilu), que tem como um de seus atributos o fato de haver gerado céus e terra (o que situa a tradição em concepções cosmogônicas médio-orientais arcaicas); e elyon, o qual parece esconder as características de outro deus, Ba al (Salmo 18, 7-17). Nota-se dessa maneira que o nome do deus de Melquisedec é a combinação sincrética de características de duas grandes divindades do panteão cananeu
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