Ultrassonografia endoanal tridimensional na avaliação de mulheres incontinentes : significado do grau de defeito esfincteriano na gravidade da incontinência fecal

Autor: Coura, Marcelo de Melo Andrade
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2015
Předmět:
Zdroj: Repositório Institucional da UnBUniversidade de BrasíliaUNB.
Druh dokumentu: masterThesis
DOI: 10.26512/2015.11.D.19603
Popis: Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Faculdade de Medicina, Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas, 2015.
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A incontinência fecal (IF) é sintoma que causa impacto importante na qualidade de vida. Estima-se que mais de 2/3 das mulheres com incontinência fecal têm lesão esfincteriana, em sua maioria decorrente de parto vaginal. Não se conhece o significado dessas lesões na gravidade do sintoma e sua repercussão funcional. O objetivo deste estudo é avaliar se existe correlação entre a gravidade do sintoma, as alterações manométricas e o grau de defeito muscular, em mulheres com defeito esfincteriano e IF. Foi adotado escore de IF de Wexner e os casos foram estratificados em leves (9). Foi utilizada manometria anorretal por perfusão de 8 canais e ultrassonografia endoanal tridimensional (USEA 3D) para diagnóstico e classificação do defeito esfincteriano. Foram avaliadas 73 mulheres com sintomas de IF. A média de idade foi de 57,79 anos (±14,94). Trinta e oito (52,05%) com incontinência urinária associada. Sessenta e cinco mulheres (89,04%) tiveram partos vaginais prévios, 54 (83,07%) com episiotomia. Vinte e uma mulheres (28,76%) relataram operações anorretais. O escore mediano de incontinência foi de 9, com 36 (49,32%) casos graves. Quarenta casos (54,79%) apresentaram defeitos extensos à ultrassonografia. Houve correlação negativa fraca entre o escore de IF e a capacidade retal (ρ=-0,267, p= 0,022). Mulheres com sintomas mais graves eram mais velhas que aquelas com sintomas mais leves (p=0,018) e tinham maior prevalência de incontinência urinária (p=0,005). Não houve diferença entre o número de gestações (p= 0,530), o número de partos vaginais (p=0,281), as pressões de repouso (p=0,073), as pressões de contração (p=0,521), o incremento pressórico (p=0,649), a sensibilidade retal (p=0,902), a capacidade retal (p=0,086), a extensão do canal anal à ultrassonografia (p=0,179), a extensão anterior de esfíncter externo do ânus (EEA) (p=0,980), o grau de defeito muscular (p=0,381) e a medida do corpo perineal (p=0,129) de mulheres com incontinência leve ou grave. Não houve diferença de idade (p=0,673), do índice de massa corporal (IMC) (p=0,127), do número de gestações (p=0,980), do número de partos vaginais (p=0,581) e de ao menos uma episiotomia (p=0,077) entre as pacientes com defeito esfincteriano leve ou grave. Mulheres com lesões mais graves (escore>4) apresentaram menores pressões de contração (p=0,007), menor comprimento do corpo perineal (p=0,001) e menor extensão anterior de EEA (p=0,001) quando comparadas àquelas com lesões leves. Por esses achados pode-se concluir que mulheres com sintomas mais graves são mais idosas e têm mais incontinência urinária e as com defeitos mais extensos têm menores pressões de contração, sem repercussão clínica.
Fecal incontinence (FI) is a symptom that causes impact on patient quality of life. It is believed that over 70 % of women have sphincter defects on endoanal ultrasound, mostly from obstetric anal sphincter injuries (OASIS). There is a lack of consensus regarding to what is its role on FI severity and functional impairment. We aimed demonstrate a possible correlation between FI severity, manometric findings and muscle defect grade depicted on three-dimensional endoanal ultrasound in women with sphincter defects and FI. The Wexner score (WS) was used to grade symptoms which was further divided into two groups: mild symptoms (9). The sphincteric defect was graded by using an endoanal ultrasound 3D (EAUS 3D) scoring system. Eighty eight women were enrolled and 73 completed all steps. Mean age was 57,79 years old (±14,94). Thirty-eight women (52,05%) reported associated urinary incontinence. Sixty-five (89,04%) had vaginal deliveries, 54 (83,07%) had episiotomies. Twenty-one (28,76%) reported at least one anorectal operation. Median WS was 9. Thirty-six (49,32%) had severe symptoms. Forty cases (54,79%) had severe defects on EAUS 3D. We found a weak negative correlation between WS and rectal capacity (ρ=-0,267, p=0,022). Women with more severe symptoms were older than women with mild symptoms (p=0,018) and had a two-fold risk of having double incontinence (p=0,005). It was found no difference between women with mild or severe symptoms regarded to number of pregnancy (p=0,530), vaginal deliveries (p=0,281), resting pressures (p=0,073), incremental pressures (p=0,649), squeeze pressures (p=0,521), rectal sensation (p=0,902), rectal capacity (p=0,086), anal canal length (p=0,179), external anal sphincter anterior length (p=0,980), defect grade (p=0,381) and perineal body measurement (p=0,129). There was no significant difference in aging (p=0,673), body mass index (BMI) (p=0,127), number of pregnancies (p=0,980), vaginal deliveries (p=0,581) and episiotomies (p=0,077) between cases with mild and severe defects. Women with more severe defects shown lower squeeze pressures (p=0,007), shorter perineal body measurement (p=0,001) and shorter external anal sphincter anterior length (p=0,001) than mild cases. According to these data, women with severe IF symptoms were older and had more double incontinence than women with mild symptoms. Cases with more severe defects had lower squeeze pressures, shorter external anal sphincter anterior length and perineal body thickness, although no impact on symptoms severity.
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