A notícia e a Passagem do tempo: a interferência do fluxo noticioso na percepção humana de passado, presente e futuro
Autor: | Bohn, Marcos Beck |
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Jazyk: | portugalština |
Rok vydání: | 2014 |
Předmět: | |
Zdroj: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SPPontifícia Universidade Católica de São PauloPUC_SP. |
Druh dokumentu: | masterThesis |
Popis: | Made available in DSpace on 2016-04-26T18:14:08Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Marcos Beck Bohn.pdf: 486755 bytes, checksum: 720654b35a7f9ffd7333abcb24522bb2 (MD5) Previous issue date: 2014-06-09 Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior This research examines the degree of interference of the audiovisual news in the human perception of time. In the contemporary environment, where the media define their own temporal scales, new temporal relations can be established between the individual viewer and the news consumed. Quite changeable and eventually anything similar, such externally delimited time intervals interact with the internal timeline of the subject. Thus, the present work undertakes an interdisciplinary reflection about (i) the way of demarcation and consolidation of time by the news; (ii) the way oscillates advances and retreats, accelerates and delays the time of news; and, finally, (iii) the possible descontinuity between the time of audiovisual news and the subjective time of the individual. The philosophy of Henry Bergson and his depiction of the human way of recollecting through virtual halts in time will constitute the theoretical framework of this work. Real duration, what we feel and live, is absent from remembrance. We comprehend time through a linear representation, our remembrances consisting of records fixed in the one-dimensional and anterior time of our memory, characterizing a philosophic description consistent with the neuroscience of Antonio Damásio and Gerald Edelman. The definitions of time and memory are developed from a general and systemic, and therefore ontological, perspective, notably as discussed by Mario Bunge. Thus, memory is seen as fundamental to the maintenance of the autonomy of the individual. Time is considered as arising from the primordial human perception that sustains and creates it, the one of earlier than and later than any event (according to Kenneth G. Denbigh). Time, in this work, is the irreversible time of phenomenology (according to Ilya Prigogine and Isabelle Stengers). As for events, they can as well be portrayed by the news, thus constituting a new audiovisual event, in which a representation of facts is elaborated on a representation of time, continually recreating and reinforcing the linear human logic of retrospection. It is considered, however, that the intensity of the news flow may be beyond the individual‟s internal processing capacity. This research analyses the full of a newscast, focusing on the time intervals established in each news separately. The analysis of this empirical data will offer plausible evidence for sustaining the argument made here that the contemporary news flow, when interacting with the virtual halts of the recollection of an individual, may alter the memory, interfering in the person´s autonomy Esta pesquisa examina o grau de interferência da notícia audiovisual na percepção humana da passagem do tempo. Em um ambiente contemporâneo onde os meios de comunicação definem suas próprias escalas temporais, novas relações temporais podem se estabelecer entre o indivíduo telespectador e as notícias consumidas. Bastante mutáveis e eventualmente nada similares entre si, tais intervalos de tempo delimitados externamente interagem com a linha do tempo interna do sujeito. Assim, o presente trabalho empreende uma reflexão interdisciplinar sobre (i) o modo de delimitação e consolidação do tempo pela notícia; (ii) o modo como oscila avança e recua, acelera e atrasa o tempo da notícia; e, por fim, (iii) a eventual descontinuidade entre o tempo da notícia audiovisual e o tempo subjetivo do indivíduo. Como base teórica, parte-se da filosofia de Henry Bergson e de sua descrição do modo humano de recordar: através de paradas virtuais no tempo. A verdadeira duração, aquilo que sentimos e vivemos, está ausente da lembrança. Compreendemos o tempo através de uma representação linear, sendo nossas lembranças constituídas por registros fixos no tempo unidimensional e anterior de nossa memória, caracterizando uma descrição filosófica condizente com a neurociência de Antonio Damásio e Gerald Edelman. As definições de tempo e memória, por sua vez, são desenvolvidas a partir de uma perspectiva geral e sistêmica, portanto, ontológica notadamente, a de Mario Bunge. Assim, a memória é vista como fundamental para a manutenção da autonomia do indivíduo. Já o conceito de tempo é considerado a partir da percepção humana primordial que o sustenta e cria, aquela de antes de e depois de algum evento (conforme Kenneth G. Denbigh). O tempo, neste trabalho, é o tempo irreversível da fenomenologia (conforme Ilya Prigogine e Isabelle Stengers). Quanto aos eventos, podem vir a ser retratados pelas notícias, constituindo assim um novo evento audiovisual, em que uma representação de fatos é elaborada sobre uma representação do tempo, continuamente recriando e reforçando a lógica humana linear de retrospecção. Considera-se, entretanto, que a intensidade do fluxo noticioso possa estar além da capacidade de processamento interna do indivíduo. A investigação analisa a íntegra de um telejornal, especificamente no que tange aos intervalos de tempo estabelecidos em cada notícia separadamente. Tal análise indica ser possível tomar como procedente a hipótese de que o fluxo noticioso contemporâneo, ao interagir com as paradas virtuais da recordação do indivíduo, pode alterar sua memória, interferindo em sua autonomia |
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