Pessoa em Bethânia: os versos do desassossego na voz do encantamento

Autor: Barros, Andre Luiz Calsone
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2013
Předmět:
Zdroj: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SPPontifícia Universidade Católica de São PauloPUC_SP.
Druh dokumentu: masterThesis
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The theme Pessoa by Bethânia is the recreation of Caeiro's verses from the performance Rosa dos Ventos- O Show Encantado (Compass Roses - The Enchanted Show), having Maria Bethânia as interpreter. The corpus is the "Poem VIII" from Alberto Caeiro, Fernando Pessoa's heteronym, extracted from the work O Guardador de Rebanhos (The Keeper of Sheep) (1911 - 1912), transformed into a dramatic-musical script, made as a performance during the Compass Rose show. Reinterpreted through voice, body, music and various scenic resources, the poem by Fernando Pessoa wins another dimension in the passage going from text to literary work, in the design of Paul Zumthor, actually, going from the written word in book to bodily presence, updating the virtual scenic and vocals from the preliminary poetic texts. The research aims to answer a key question about the factors that conduct to the redefinition of "Poem VIII" in scenic performance, with the hypothesis that between poem and performance was preserved the same evocation of a new baby Jesus, close, human, simple and pure, stripped of the dogmatic symbolism that the Church imposes to his image and, likewise, it reiterated the role that poet and performer assumed as a kind of "demiurge" not in concept, but in sensations. On the other hand, the "Poem VIII" had lost, in the performance, its desecrating aspect, the high and ironic critic level of dogmas' Church, like the Caeiro's poem presents in the original version. In addition to the concepts of voice, performance, text and work of Paul Zumthor, the concept of "persona", having as a starting point Renato Cohen' studies about the performative act, was extremely important for the analysis of the dramatic-vocal performance of the interpreter Maria Bethânia. The comparative analysis between the poetic text and the passage for its performative work can states the validity of the hypothesis, in order to emphasize a new sacralization, now by the interpreter, invested with an aura that puts her in the intimacy of this new baby Jesus making his alive, every time the show takes place, and, as a ritual, sharing him with the public
Pessoa em Bethânia tem por tema a recriação dos versos de Caeiro no espetáculo Rosa dos Ventos O Show Encantado, tendo por intérprete Maria Bethânia. O corpus é o Poema VIII de Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa, da obra O Guardador de Rebanhos (1911 1912), transformado em roteiro dramáticomusical e tornado performance no espetáculo Rosa dos Ventos. Reinterpretado por meio da voz, do corpo, da música e dos mais variados recursos cênicos, o poema de Fernando Pessoa ganha outra dimensão na passagem do texto a obra, na concepção de Paul Zumthor, isto é, de palavra escrita no livro a presença corporal, atualizando as virtualidades cênicas e vocais do enunciado poético. A pesquisa se propôs a responder a uma indagação chave sobre os fatores condutores da ressignificação do Poema VIII no espetáculo cênico, tendo por hipótese que entre poema e performance preservou-se a mesma evocação de um novo Menino Jesus, próximo, humano, simples e puro, descarnado da simbologia dogmática que a Igreja lhe impõe e, da mesma forma, reiterou-se o papel que poeta e intérprete assumem como uma espécie de demiurgos não de conceitos, mas de sensações. Por outro lado, o Poema VIII perde, no espetáculo, o seu aspecto dessacralizador, de alta voltagem critica e irônica dos dogmas da Igreja, tal qual o poema de Caeiro apresenta em sua versão original. Além dos conceitos de voz, performance, texto e obra de Paul Zumthor, o conceito de persona, a partir dos estudos sobre o ato performático de Renato Cohen, foi de extrema relevância para a análise da atuação dramático-vocal da intérprete Maria Bethânia. A análise comparativa entre o texto poético e sua passagem para obra performática pode constatar a validade da hipótese, de modo a enfatizar uma nova sacralização, agora da intérprete, investida de uma aura que a coloca na intimidade desse novo Menino Jesus e o torna vivo, a cada vez que o espetáculo acontece, e, como num ritual, partilha-o com o público
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