Quem Vai Organizar?... Ainda Não Entrou na Minha Cabeça!: Etnografando o Carnaval de Congo de Máscaras de Roda dAgua/Cariacica (ES)

Autor: SILVA, N. B. P.
Rok vydání: 2018
Zdroj: Repositório Institucional da UFESUniversidade Federal do Espírito SantoUFES.
Druh dokumentu: masterThesis
Popis: Made available in DSpace on 2018-08-01T23:40:28Z (GMT). No. of bitstreams: 1 tese_12280_Dissertação final Nathália Procópio.pdf: 2209329 bytes, checksum: cb5d36a3227c2cf61c0ce4f62829b643 (MD5) Previous issue date: 2018-04-26
A presente dissertação teve como objetivo compreender como se articulam as estratégias e táticas no organizar espacial do Carnaval de Congo de Máscaras de Roda Dágua. Festa secular, originária do contexto escravista brasileiro, apresentasse hoje protagonizada pelas Bandas de Congo, constituindo-se como representativa de uma produção cultural afro-brasileira. Assim, partiu-se de um referencial teórico ancorado na Teoria das Práticas, em sua abordagem filosófica, proposta por Michel de Certeau (1985; 2003; 2008; 2012), articulada a reflexões sobre espaço nos estudos organizacionais e festas em diferentes campos do conhecimento, bem como nas problematizações tecidas por Hall (2003; 2011) e Sansone (2004) sobre a cultura negra no contexto contemporâneo. Como metodologia de pesquisa adotou-se a etnografia, valendo-se de observação participante para apreensão dos dados, fazendo o uso de diários de campo e registros audiovisuais e fotográficos. Durante o campo, houve maior aproximação com uma banda especificamente, sob a qual a perspectiva da participação se efetivou. A permanência em campo se deu de janeiro a setembro de 2017. A interpretação dos dados partiu de categorizações êmicas refletidas, principalmente, diante das noções de lugar, espaço, estratégias e táticas de Certeau (2008). Os resultados apreendidos indicam que o congo na região se estabelece em meio a redes de relações instáveis e constantes apropriações espaciais. Revela, por um lado, investidas na construção do congo como lugar próprio, em torno da produção de sensos de pertencimento que delineiam identificações e geram estabilidades, por outro, táticas que operam sob uma lógica situacional, driblando opressões e desestabilizando os lugares de poder. Desta forma, espera-se contribuir para ampliação das discussões das produções culturais afro-brasileiras no campo administrativo, bem como, do ponto de vista teórico, ressaltar o uso político de estratégias e táticas no cotidiano. Palavras chaves: Certeau. Prática. Espaço. Festas populares. Congo capixaba. Cultura afro-brasileira.
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