Avaliação das manifestações oculares no diagnóstico e durante o tratamento de pacientes com hanseníase

Autor: Cardozo, Adriana Vieira
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2010
Předmět:
Zdroj: Repositório Institucional da UFESUniversidade Federal do Espírito SantoUFES.
Druh dokumentu: masterThesis
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Introdução: A hanseníase é uma das doenças que mais cursa com manifestações oculares. É importante que todo profissional de saúde tenha um conhecimento básico a respeito disso. A incidência de complicações oculares decorrentes da hanseníase tem diminuído devido ao diagnóstico precoce e instituição da PQT, porém elas ainda acontecem. As manifestações oculares mais frequentes nos hansenianos são: madarose, ceratite (devido à triquíase, lagoftalmo, diminuição ou ausência de sensibilidade corneana e secundário à infecção), conjuntivites e uveítes. Objetivos: Identificar manifestações oculares relacionadas com a hanseníase em pacientes recém diagnosticados, antes e durante o tratamento da hanseníase. Metodologia: Foi realizado um estudo de coorte prospectivo observacional, com pacientes de hanseníase no HUCAM. Foram recrutados 42 pacientes de Dezembro de 2007 à Julho de 2009, e submetidos a exame oftalmológico segundo protocolo pré estabelecido. Os pacientes foram examinados no momento do diagnóstico da hanseníase e no 3° e 6° mês de tratamento com poliquimioterapia. Resultados: A acuidade visual variou de 0,1 a 1,0 em cada olho (média de 0,7); manifestações oculares ocorreram em 39 pacientes (92,9%), porém, se consideradas as mais frequentemente relacionadas com a hanseníase, a freqüência foi de 23,8% .Redução do BUT e do Teste de Schirmer 1 foram as manifestações oculares mais frequentes (92,9% e 42,9% respectivamente). As manifestações oculares mais frequentes relacionadas com a hanseníase foram madarose de superclio (14,3%), seguida pela sensibilidade corneana diminuída e madarose de cílios (11,7%). Ceratite puntata estava presente 4,8%. Durante o período de 6 meses de seguimento, 9,5% dos pacientes apresentou aumento da PIO, 2,4% atrofia iriana e 9,5% ceratite. Conclusões: Houve uma maior prevalência de envolvimento ocular nas formas multibacilares em comparação com as formas paucibacilares. Madarose dos cílios, supercílio, sensibilidade corneana diminuída e atrofia da íris foram todos encontrados em níveis inferiores aos anteriormente descritos. Estes resultados sugerem que o envolvimento ocular no momento do diagnóstico de hanseníase foi ainda na fase inicial. A frequência de manifestações oculares e o fato de elas poderem ocorrer mesmo durante o tratamento reafirmam a necessidade de esses pacientes serem avaliados por um oftalmologista periodicamente.
Introduction: Leprosy is the disease that mostly frequently gives rise to disorders of the eye, so it is important that all professionals who treat leprosy patients have a basic understanding about these. Eye complications in leprosy have decreased, but they still happen. The ocular features most frenquently seen in leprosy patients are: madarosis, keratitis (due to a combination of trichiasis, lagophthalmos, loss of corneal sensation, and secondary infection), conjunctivitis, scleritis, episcleritis and uveitis. Objectives: To find out the presence of ocular manifestations in patients with leprosy before and during treatment. Methods: A cross-sectional prevalence survey was carried out with leprosy patients at University Hospital Cassiano Antônio de Morais in Vitória, Brazil. Forty two newly diagnosed, untreated leprosy patients were recruited from December 2007 to July 2009, and subjected to eye examination, in accordance with pre established protocol.They were examined before the beginning the leprosy treatment and followed up for 6 months. The data were crossed and analyzed statistically Results The visual acuity ranged from 0.1 to 1.0 at each eye (Mean 0.7); ocular manifestations occurred in 39 patients (92.9%), however considered due to leprosy in 10 (23.8%). Over all, reduction in tear film break-up time and in production of tear film were the most prevalent ocular complication (92.9% and 42.9 % respectively). The most prevalent ocular complication often related to leprosy was madarosis of superclia (14.3%), corneal sensitivity diminished and madarosis of cilia (11.7%). Punctate keratitis was presented in 2 patients (4.8%). During the follow up, 9,5% of patients had increased IOP, 2,4% íris atrophy and 9,5% puctata keratitis. Conclusions: There was a greater prevalence of ocular involvement in the multibacillary forms compared to the paucibacillary forms. Madarosis of the cilia, supercilia, diminished cornea sensitivity, involvement of the cornea and iris were all found at levels below those previously described. These results suggest that ocular involvement at the moment of diagnosis of leprosy was still in the initial stage. The prevalence of ocular complications and the fact that they can occur even during treatment, reassert the necessity of these patients be assessed by an ophthalmologist.
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