Avaliação do uso de benzodiazepínicos em um município de médio porte do estado do Paraná
Autor: | Scalercio, Priscila Lima de Araújo |
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Jazyk: | portugalština |
Rok vydání: | 2017 |
Předmět: | |
Zdroj: | Repositório Institucional da UFPRUniversidade Federal do ParanáUFPR. |
Druh dokumentu: | masterThesis |
Popis: | Orientador : Prof. Dr. Roberto Pontarolo Coorientadora : Profª. Drª. Luana Lenzi Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. Defesa: Curitiba, 23/02/2017 Inclui referências : f. 100-108 Benzodiazepínicos são medicamentos que agem como depressores do sistema nervoso central, modulando positivamente a afinidade do ácido gabaminérgico por seu receptor. Apresentam efeitos hipnóticos e ansiolíticos, sendo úteis em condições psiquiátricas e neurológicas específicas. Devido a efeitos indesejáveis de tolerância e dependência são indicados em tratamentos de curta duração. Entretanto, esses medicamentos vêm sendo excessivamente prescritos, no Brasil e no mundo. Indícios de mau uso e abuso estão sendo relatados na literatura. Dentro desse contexto, esse trabalho teve como objetivo avaliar o uso dessa medicação dentro do serviço de atenção primária do Sistema Único de Saúde. A pesquisa foi conduzida em um município de médio porte do estado do Paraná e foi dividida em etapas, cuja análise (estatística descritiva e inferencial) ocorreu através de três capítulos. No capítulo I realizou-se uma pesquisa de utilização. Dados de prontuários e prescrição retrospectivos ao ano de 2015 foram coletados e analisados a fim de traçar um perfil de utilização de benzodiazepínicos. Em 2611 prescrições atendidas em uma farmácia básica municipal, 73,6% eram do sexo feminino, com média de idade de 54,4 (±14,4) anos, 32,8% eram idosos (>60 anos), para os quais uso é contra indicado e 60,2% apresentavam comorbidades físicas. Médicos não especialistas foram os principais prescritores (43,9%). Entre as justificativas de uso, 39,5% referiam-se a emissão de prescrição de repetição. Outras indicações foram transtornos mentais e comportamentais, sintomas de ansiedade e insônia. O medicamento mais prescrito foi o clonazepam (75,7%) em comparação ao diazepam. Em 25,1% dos pacientes, o tratamento com benzodiazepínico foi utilizado sem associação a outros medicamentos psicotrópicos. Entretanto, quando realizada, a mais prevalente foi com antidepressivos (71,5%). No capítulo II, foi realizado um inquérito com pacientes utilizando questionários sócio demográficos e de avaliação da qualidade de vida (WHOQOL-BREF). O perfil sócio demográfico dos 126 voluntários apontou similaridade com os resultados do capítulo I, além de caracteriza-los como predominantemente casados (59,3%), com baixo nível de escolaridade (64,2%), e com renda mensal de até um salário mínimo (48,8%). Em relação a hábitos de vida, 90,2% não consomem bebida alcoólica, 78,9% não fumam e 65,0% não praticam atividades físicas. A aplicação do questionário WHOQOL-BREF em usuários de benzodiazepínicos mostrou que os mesmos apresentam níveis inferiores nos escores dos domínios da qualidade de vida quando comparados a outros grupos. Fatores sugestivos de agravos a saúde mental, como ser tratado por psiquiatra e/ou utilização de diferentes psicotrópicos na terapia, mostraram estar significativamente associado a piores resultados na avaliação da qualidade de vida. No capítulo III, utilizando a metodologia ATC/DDD, o uso de benzodiazepínicos foi quantificado. Em 2015, no município, obteve-se 19,6 DDD clonazepam e 26,4 DDD para diazepam. Os dados analisados conjuntamente sugerem aspectos de uso irracional de benzodiazepínicos no cenário estudado e evidenciam a importância da avaliação dos fatores que influenciam o bem estar físico e mental desses pacientes. Palavras-chave: Benzodiazepínicos. Utilização de medicamentos. Qualidade de vida.t Benzodiazepines are drugs that act as central nervous system depressants, positively modulating the affinity of gabaminergic acid for its receptor. They have hypnotic and anxiolytic effects and are useful in specific psychiatric and neurological conditions. Because of undesirable effects of tolerance and dependence, benzodiazepines are indicated in short-term treatments. However, these drugs are being over-prescribed, not Brazil and the world. Indications of abuse are being reported in the literature. This study aims to evaluate the use of this medication within the primary health care service of the public health system of Brazil. The research was conducted in a medium-sized municipality in the state of Paraná and was divided into stages, whose analysis (descriptive and inferential statistics) occurred through three chapters. In Chapter I, a drug use utilization survey was conducted. Data from medical records and retrospective prescription of the year 2015 were collected and statistically treated in order to outline a profile of benzodiazepine use. In 2611 prescriptions attended at a municipal basic pharmacy, the predominant profile of the users were female (73.6%), with a mean age of 54.4 (± 14.4) years. 32.8% were elderly (> 60 years), for whom use was contraindicated and 60.2% had physical comorbidities. Non-specialist physicians were the main prescribers (43.9%). Among the justifications for the use of benzodiazepines, the great part was the issue of repetition prescription. Other indications were mental and behavioral disorders, anxiety and insomnia symptoms. The most commonly prescribed medication was clonazepam (75.7%) compared to diazepam. In 25.1% of the patients, benzodiazepine treatment was used without association with other psychotropic medications. However, when performed, the most prevalent association was with antidepressants (71.5%). In Chapter II, a survey was conducted with patients. The socio-demographic and quality of life questionnaires (WHOQOL-BREF) were applied. The characterization of the socio-demographic profile of the 126 volunteers showed a similarity with the results of chapter I, besides characterizing them as predominantly married (59.3%), with a low level of schooling (64.2%), and with monthly income up to a minimum wage (48.8%). Regarding life habits, 90.2% did not consume alcoholic beverages, 78.9% did not smoke and 65.0% did not practice physical activities. The application of the WHOQOL-BREF questionnaire to benzodiazepine users showed that they had lower levels when compared to other groups. Factors suggestive of mental health problems, such as being treated by a psychiatrist and/or use of different psychotropic drugs for therapy, have been shown to be significantly associated with worse outcomes in the assessment of quality of life. In Chapter III, using the Defined Daily Dose methodology, the use of benzodiazepines was quantified. In 2015, the municipality obtained 19.6 DDD for clonazepam-based drugs and 26.4 DDD for diazepam-based medications. The data analyzed together suggest aspects of an irrational use of benzodiazepines in this population. In addition to highlighting the importance of factors that influence the physical and mental well-being of these patients Kewyords: Benzodiazepine. Drug Utilization. Quality of life. |
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