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O ressurgimento da questão da ética no campo administrativo trouxe novos desafios para a gestão das organizações, principalmente àquelas inseridas em um sistema capitalista onde predomina a lógica produtiva e a racionalidade instrumental. A necessidade de adaptação decorrente das novas exigências profissionais e sociais, em virtude das novas reflexões éticas, fez com que as organizações buscassem legitimar suas ações com base em um Código de Conduta, entendido aqui como o discurso formal da organização, capaz de regulamentar o comportamento dos indivíduos, "sugerindo" condutas "eticamente corretas". Porém, o que se verifica empiricamente é que nem sempre tal discurso corresponde à prática administrativa. No campo organizacional, isso é percebido quando o compromisso com as regras instituídas permanece somente até o ponto onde elas não comprometam as práticas ou os interesses particulares de alguns, tornando-se comum, em muitos casos, as organizações adaptarem as regras às práticas. Portanto, quando não há coerência entre o discurso e a prática administrativa, tornam-se evidentes alguns paradoxos nos quais se observam que as ações dos indivíduos não correspondem aos princípios éticos que deveriam embasá-las e/ou justificá-las, convergindo para relações de trabalho fundamentadas em uma ética convencionada e sustentadas por um discurso cobertura. |