Ancestralidade genômica como fator predisponente para a amebíase invasiva

Autor: Mercia Aurelia Goncalves Leite
Jazyk: portugalština
Rok vydání: 2015
Zdroj: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFMGUniversidade Federal de Minas GeraisUFMG.
Druh dokumentu: Doctoral Thesis
Popis: The effect of ethnicity in the prevalence of diseases as well as in its clinical form, is widely studied, however, no research reports about the ancestry of individuals and their susceptibility to parasitic infections. In this study the possible relationship between the individual's ancestry and occurrence of invasive amebiasis. Samples of oral mucosal cells were collected for determination of genetic ancestry, blood serology, stool to coproscopia and parasitological examination of individuals residing in Belém-PA. The sites were the Evandro Chagas Institute and University Hospital João de Barros Barreto. A health-food questionnaire was applied directly prior to collection. In 40% of the samples evaluated in the EPF, found some kind of parasite. The complex E. histolytica / E. dispar showed 9.7% positivity. Serology for amebiasis showed high positive (44.03%), confirming the endemicity of the disease in the region. The substructures of the genomic region showed a higher proportion of Europeans (78.7%), followed by Native Americans (12.4%) and finally Africans (8.9%). The association of ancestry serology for amebiasis revealed that both African ancestry as the Amerindian impacted significantly to the presence of positive serology. On the other hand, European ancestry impacted significantly on positive serology, and for every 10% increase in European ancestry, decreased by 6.1 the chance of positive serology occur. Despite the health questionnaire answers reveal food low socioeconomic status of the population under study found no association between any of the items evaluated with the highest prevalence of amebiasis or intestinal parasites. In conclusion, our study showed that the greater the contribution of European ancestry in an individual, the less chance of developing invasive amebiasis. Considering the great inter-ethnic mix in Brazil, other regions should be studied to confirm these results continuing to study the mechanisms involved in protection and disposition of European, African and Amerindian invasive amebiasis.
O efeito da etnia na prevalência de doenças, assim como sob sua forma clínica, é amplamente estudado, entretanto, não há relatos de investigação sobre a ancestralidade de indivíduos e sua susceptibilidade a infecções parasitárias. Neste estudo foi avaliada a possível relação entre ancestralidade do indivíduo e ocorrência de amebíase invasiva. Foram coletadas amostras de células da mucosa oral, para determinação da ancestralidade genômica, sangue para sorologia, fezes para coproscopia e exame parasitológico, de indivíduos residentes na Grande Belém-PA. Os locais de coleta foram o Instituto Evandro Chagas e do Hospital Universitário João de Barros Barreto. Foi aplicado um questionário sanitário-alimentar no momento que antecedeu a coleta. Em 40% das amostras avaliadas no EPF, foi encontrada alguma espécie de parasito. O complexo E. histolytica/E. dispar apresentou 9,7% de positividade. A sorologia para amebíase apresentou alta positividade (44,03%), confirmando a endemicidade da doença na região. A subestruturação genômica da região mostrou maior proporção de europeus (78,7%), seguida de ameríndios (12,4%) e finalmente africanos (8,9%). A associação da ancestralidade a sorologia para amebíase revelou que tanto a ancestralidade africana quanto a ameríndia impactaram de forma significativa para a presença da sorologia positiva. Por outro lado, a ancestralidade europeia impactou de forma significativa na sorologia positiva, sendo que a cada 10% de aumento na ancestralidade europeia, reduziu em 6,1 a chance de ocorrer sorologia positiva. Apesar das respostas do questionário sanitário alimentar revelarem baixo nível socioeconômico da população em estudo não encontramos associação entre qualquer dos itens avaliados com a maior prevalência de amebíase ou enteroparasitos. Em conclusão, nosso estudo revelou que quanto maior a contribuição de ancestralidade européia em um indivíduo, menor a chance de desenvolver amebíase invasiva. Considerando a grande mistura interetnica no Brasil, outras regiões devem ser estudadas para confirmação destes resultados dando prosseguimento aos estudos dos mecanismos envolvidos na proteção e predisposição de europeus, africanos e amerindios a amebíase invasiva.
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