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Este texto deriva da pesquisa O timbre como afeto no rock independente brasileiro: uma abordagem semiótica, na qual objetivamos entender como o timbre, na música, é capaz de se comunicar através de processos afetivos, sendo compreendido como forças, intensidades, sensações que podem tanto ser potencialidades quanto a ação de um corpo sobre outro. Em particular, pretendemos refletir aqui sobre como questões referentes ao feminino e o feminismo afetam e são afetadas pelos processos de singularização de timbragens no gênero em questão. Mapeamos a obra de musicistas inseridas no circuito do rock independente brasileiro contemporâneo (2015-2020), a partir da observação de shows ao vivo, registros fonográficos e entrevistas semiestruturadas que realizamos com as artistas, passando por questões econômicas, políticas, estéticas e afetivas da música. Apoiados na filosofia da diferença de Deleuze e Guattari, reconhecemos, em seus depoimentos e na sonoridade de suas composições, um devir-mulher que se expressa nas timbragens e que rompe com normatividades de gênero. Melhor do que isso, as musicistas compõem com os equipamentos musicais uma máquina desejante que se expressa afetivamente através de timbragens singulares. |