USO TERAPÊUTICO DE SANGRIAS: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Autor: ALM Lopes, JSI Chaves, JPL Cezar
Jazyk: angličtina
Rok vydání: 2021
Předmět:
Zdroj: Hematology, Transfusion and Cell Therapy, Vol 43, Iss , Pp S407-S408 (2021)
Druh dokumentu: article
ISSN: 2531-1379
DOI: 10.1016/j.htct.2021.10.698
Popis: Objetivos: A flebotomia terapêutica é um método de retirada de sangue, de modo a tratar e prevenir diversas condições tóxicas para o organismo. O objetivo do presente trabalho é realizar uma revisão da literatura sobre as principais aplicações terapêuticas da sangria atualmente. Material e métodos: Revisão de artigos científicos através das bases de dados Google Scholar e Pubmed no mês de agosto de 2021. Foram utilizadas as seguintes palavras-chave: therapeutic phlebotomy, therapeutic phlebotomy AND applications, bloodletting therapy, phlebotomy AND nonalcoholic fatty liver disease, therapeutic phlebotomy AND hemochromatosis. Resultados: A realização de sangrias está indicada no tratamento de Policitemia Vera (PV), eritrocitoses secundárias à hipóxia (como doenças pulmonares crônicas e cardiopatias cianóticas), porfiria cutânea tarda (PCT), e demais doenças que podem cursar com hiperferritinemia como hemocromatose hereditária (HH) e estenose hepática não alcoólica (EHNA). A flebotomia terapêutica deve ser realizada no tratamento de PV quando os valores de hematócrito (Ht) são maiores que 54%, principalmente se houver risco trombótico. No caso das doenças pulmonares com sintomas de hiperviscosidade ou com Ht superior a 56%, a realização do procedimento é indicada, com objetivo de reduzir o Ht para 50–52%. Na PCT, as sangrias devem ser realizadas a cada 2 semanas, até que os níveis de hemoglobina (Hb) estejam inferiores a 20 ng/mL. Na EHNA, frequentemente há aumento de deposição de ferro no fígado e níveis de ferritina elevados, ambos relacionados ao carcinoma hepatocelular. Também pode ocorrer a síndrome da sobrecarga dismetabólica de ferro, caracterizada por hiperferritinemia com leve acúmulo hepático de ferro. Nesses casos, a sangria foi associada à normalização dos parâmetros de ferro e à melhora nos níveis das enzimas hepáticas. Na HH, as sangrias são realizadas semanalmente até atingir níveis de ferritina menores que 50 ng/mL e de saturação de transferrina menor que 50%, a fim de prevenir complicações em pacientes sintomáticos ou dano em órgãos alvo. Pacientes com HH devem realizar sangrias de manutenção continuamente. Discussão: A flebotomia terapêutica pode ser realizada em doenças com aumento de massa eritrocitária como a PV e PCT, a fim de prevenir eventos trombóticos, como acidentes cardiovasculares e cerebrovasculares, desfechos principalmente frequentes em pacientes com mais de 60 anos e com histórico prévio de eventos tromboembólicos. Também pode ser utilizada em doenças que cursam com hiperferritinemia, como a HH, que através de sangrias objetiva a normalização do ferro nos tecidos, redução do risco de desenvolver cirrose hepática e melhora na expectativa de vida. Conclusão: A flebotomia terapêutica é importante no tratamento de diversas doenças, levando resultados positivos aos pacientes. Apesar de ser um procedimento simples, é essencial o conhecimento e promoção de suas indicações, além do treinamento e preparo dos bancos de sangue e hospitais para a sua execução. Evidenciamos que a flebotomia terapêutica é válida para a prevenção de desfechos trágicos como eventos trombóticos, cirrose, câncer hepático e para o aumento da expectativa de vida média na HH.
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