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Este artigo analisa a questão da verossimilhança em Locus Solus, livro de um autor francês pouco conhecido no Brasil, Raymond Roussel. Embora seja conhecido por reivindicar a criação de obras literárias sem conexão com a realidade, é possível encontrar nos textos de Roussel máquinas e invenções que, embora impossíveis do ponto de vista da realidade concreta, são “potenciais”, isto é, suscitam nos leitores uma impressão de veracidade e de possibilidade. Essa impressão é gerada não apenas através da “circularidade” da linguagem rousseliana que apresenta os fenômenos e os explica, ou por meio de descrições exaustivas e explicações detalhadas, técnicas igualmente empregadas pelo Realismo (neste caso, com base em realidades concretas), mas principalmente através de sua organização eficaz no texto, o que resulta na comunicação do sentimento de verdade. |