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Este artigo investiga de que modo a construção biopolítica do sujeito viajante é afetada pelo ativismo político reproduzido em uma rede de hospedagem colaborativa de mulheres negras brasileiras. O contexto econômico capitalista neoliberal evoca comportamentos e a produção de subjetividades em muito reforçadas pelas intermediações tecnológicas e midiáticas, dentre plataformas e redes sociais. Neste cenário em que o turismo se destaca como um fenômeno biopolítico, os corpos viajantes são hierarquizados em uma lógica de mercado onde as mobilidades são oportunizadas assimetricamente (Sheller, 2017). O percurso metodológico envolve uma revisão bibliográfica, uma etnografia com o grupo de mulheres Couchsurfing das Pretas, hospedado na rede social Facebook, e uma análise da plataforma que intermedeia suas interações. Os resultados indicam uma politização do turismo a partir do intenso uso de plataformas digitais mediadoras e da valoração de identidades como um movimento de biopotência frente aos discursos da biopolítica. |