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Resumo E se a ansiedade, em termos antropológicos, não se constituísse apenas como um afeto representado enquanto sintoma em um corpo adoecido? E se ela traduzisse uma sintomática mais ampla, a respeito de formas de significação e de identificação que operam por relações de contiguidade entre corporeidade, tempo e emoção? Sobre essas questões, o presente artigo apresenta um conjunto de entrevistas semiestruturadas, realizadas em 2022, em uma escola de educação profissional do sertão do Ceará. O trabalho aqui esboçado preocupa-se em interpretar a sintomática de alguns discentes no retorno às aulas presenciais no contexto pós-pandêmico. Trata-se de um estudo antropológico com contribuições psicanalíticas, produzido na interlocução com estudantes de 15 a 17 anos. A pesquisa organiza uma exegese etnográfica, a fim de evidenciar regimes de emoção e de identificação potencializados por gatilhos de sofrimento em que a alteridade é um aspecto fulcral para sua compreensão. |