Popis: |
Partindo da investigação de como o cinema contemporâneo tem sido instigado pelos processos de produção e circulação próprios da internet, propomos uma análise do longa-metragem Tinta Bruta (2018), de Filipe Matzembacher e Marcio Reolon. No filme, Pedro dança coberto de tinta neon enquanto estranhos o assistem pela webcam. Gradativamente, o protagonista desenvolve novas narrativas para si, orquestrando olhares por via da webcam das plataformas de streaming e da câmera de cinema. Neste artigo, discutiremos como o entrelaçamento dessas naturezas de registros mobilizam as metáforas teóricas “cinema como janela e moldura” e “cinema como espelho” (Elsaesser e Hagener ,2018). Em seguida, sugerimos que Tinta Bruta, ao se aproximar do universo audiovisual da internet, engendra novas possibilidades para a abordagem da reflexividade no cinema. |