O crédito entre as classes populares francesas: o exemplo de uma loja em Lens
Autor: | Martina Avanza, Gilles Laferté, Etienne Penissat |
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Jazyk: | English<br />Portuguese |
Rok vydání: | 2006 |
Předmět: | |
Zdroj: | Mana, Vol 12, Iss 1, Pp 7-37 (2006) |
Druh dokumentu: | article |
ISSN: | 0104-9313 1678-4944 |
DOI: | 10.1590/S0104-93132006000100001 |
Popis: | Como pôde ter funcionado, até os dias de hoje, em plena economia desenvolvida, um crédito sem instituição bancária? Graças aos arquivos de uma pequena loja de venda de têxteis e vestuário dirigida aos operários da bacia mineradora do norte da França - dos anos 30 até os dias atuais - pudemos conduzir uma sociologia da clientela e, ao mesmo tempo, dos modos de transação em torno do crédito direto do comerciante à sua clientela. Este crédito face a face entre a comerciante judia e os operários católicos poloneses escapa ao controle político. Tido, desde a Liberação, como usurário e economicamente irracional pelas autoridades públicas, este tipo de crédito ao consumo prospera, no entanto, até os anos 70, nos pontos cegos das tecnologias jurídicas e financeiras da época. Fundamenta-se na confiança mútua de longa duração e no controle no seio dos grupos de relações interpessoais (família, vizinhança, amigos...) tecidos ao sabor de múltiplas interações entre pessoas cujas experiências migratórias se assemelham. A partilha da mesma língua, o conhecimento das práticas de consumo dos católicos - consumo ostentatório popular dos poloneses - fundam a dependência dos clientes em relação aos comerciantes que, por sua vez, tornam acessíveis produtos marcadores de distinções.How do we explain the survival of a non-institutionalized form of credit in modern France’s fully developed economy? Consulting the files of a small textile and clothing shop catering for workers from the Northern French mining basin - from the 1930s to the present day - allows us to compile a sociological profile of its clientele and, at the same time, investigate the forms of direct credit provided by the store owner to his customers. This over-the-counter credit between the Jewish trader and the Polish Catholic workers evades public control. Condemned as both usurious and economically irrational by public authorities since Liberation, this type of consumer credit nonetheless prospered as late as the 1970s by exploiting the loopholes in contemporary juridical and financial regulations - a practice founded on long-term mutual trust and on the control exerted by groups and interpersonal relations (family, neighbours, friends…), blended with the multiple interactions between people from similar migratory backgrounds. Sharing the same language and familiar with the patterns of consumption of Catholics - the ostentatious purchases of working class Poles - ensured the dependence of these clients on store owners who, for their part, provided access to luxury goods. |
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