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Em uma sociedade influenciada pelo conservadorismo econômico, pela capitalização dos bens e pelo patriarcalismo, torna-se imprescindível recorrer à literatura, mais especificamente do século XIX, para verificar que marcas constitutivas dessa época permanecem visíveis no cronotopo das obras. Assim, de forma crítica, torna-se possível identificar os papeis socialmente atribuídos nos romances e averiguar de que maneira aqueles se expressam. O objetivo desta pesquisa consiste em analisar, dialogicamente, que marcas de patriarcalismo se presentificam, de forma refletida e refratada, na obra Helena, de Machado de Assis. Para tanto, recorremos aos pressupostos teórico-metodológicos de Bakhtin (2006 [1979]), Medviédev (2016 [1928]) e Volóchinov (2017 [1929]), integrantes do Círculo de Bakhtin, bem como de Chaves (1988), Fischer (2008) e Schwarz (2012). Os resultados apontaram para o fato de que o patriarcalismo é um elemento constituinte da narrativa, que retrata discursos arbitrariamente impostos, no constatar de diferenças entre as funções relegadas às mulheres e aos homens. |