PADRÃO DE OCORRÊNCIA DA SÍFILIS GESTACIONAL E CONGÊNITA NA BAHIA: ANÁLISE DOS CASOS NOTIFICADOS DE 2013 A 2022 E MEDIDAS DE PREVENÇÃO PARA A SAÚDE MATERNO-INFANTIL

Autor: Victoria Maria Sampaio Carneiro, Marcellye Cristina Oliveira Goés
Jazyk: angličtina
Rok vydání: 2023
Předmět:
Zdroj: Brazilian Journal of Infectious Diseases, Vol 27, Iss , Pp 103203- (2023)
Druh dokumentu: article
ISSN: 1413-8670
DOI: 10.1016/j.bjid.2023.103203
Popis: Introdução/Objetivo: A sífilis é uma doença infecciosa e contagiosa, com transmissão principalmente por meio de relações sexuais, causada pela bactéria Treponema pallidum. A transmissão vertical ocorre quando o treponema está presente no sangue da mãe e passa para a corrente sanguínea do feto através da placenta. Esse contágio pode ocorrer em qualquer momento da gestação ou estágio clínico da doença. As fases primária e secundária são responsáveis por aproximadamente 70% das infecções. Esse trabalho visa analisar o padrão de ocorrência da sífilis gestacional e estabelecer uma correlação com a incidência de sífilis congênita em menores de 1 ano na Bahia, durante o período compreendido entre 2013 e 2022. Métodos: Estudo transversal, descritivo, retrospectivo, realizado através de pesquisa no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN/Datasus) e Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB). Resultados: Os dados totais obtidos de casos notificados de sífilis em gestante na Bahia de 2013 a 2022 foram de 33.351 sendo a capital Salvador responsável por 30,8% (n = 10.277) dos casos, já em relação aos casos totais notificados de sífilis congênita foi de 11.901 e a capital detém 40,2% (4.905) dos casos notificados. Há um aumento de 231% entre o número de casos de sífilis gestacional na comparação entre 2013 e 2022, enquanto que em relação à sífilis congênita o aumento é de 84%. Quando avaliada a idade gestacional de detecção da sífilis em gestantes, observa-se que, no período de 2014 a 2021, a frequência maior dos casos de sífilis gestacional foi detectada tardiamente, no 3° trimestre de gestação. No tratamento aplicado entre 2014 a 2021, 60,1% das prescrições foram de penicilina G benzatina em 3 doses (7.200.000 UI) e 18,5% de penicilina G benzatina dose única (2.400.00 UI). Ainda assim, apesar da maioria dos casos serem tratados com a penicilina, 10,5% das gestantes não realizaram tratamento no período avaliado, não conferindo proteção ao recém-nascido. Entre 2014 e 2021 a média da taxa de mortalidade por sífilis congênita foi de 6,9. Conclusão: Diante do exposto, medidas de prevenção da transmissão vertical devem ser implementadas a fim de reduzir o número de casos e garantia da qualidade de vida de recém nascidos e de mulheres que tiverem diagnóstico da sífilis no pré-natal. Também devem ocorrer ações de promoção e prevenção das ISTs e ampliação da oferta de testagem rápida. São ações fundamentais para evitar desfechos desfavoráveis.
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