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Ao organizarmos este Dossiê da revista Ñanduty que traz como tema “Arqueologia e Patrimônio Cultural”, não tivemos nenhuma dúvida sobre a pessoa que deveria ser entrevistada: o arqueólogo jesuíta, Prof. Dr. Pedro Ignácio Schmitz. Sua importância para a Arqueologia brasileira é inquestionável, pois foi um dos pioneiros nas pesquisas arqueológicas, na formação de recursos humanos em Arqueologia e Antropologia, na participação da fundação da SAB (Sociedade de Arqueologia Brasileira), atuando como seu primeiro presidente, bem como ocupante de cargos e funções que foram importantes para posicionar a Arqueologia praticada no país como ciência e dar visibilidade a esta. Para o estado, o Projeto Arqueológico de Mato Grosso do Sul coordenado por ele, à frente de uma equipe de jovens pesquisadores e pesquisadoras, representou um primeiro olhar sobre a presença humana em tempos recuados que ultrapassam os doze mil anos, até então pouco conhecida pela academia. Neste projeto foram identificados, catalogados, escavados, analisados e publicados os resultados de sítios líticos, cerâmicos e de arte rupestre, que contribuem para a compreensão da presença humana no atual centro-oeste brasileiro. Estes sítios resultaram em dissertações de mestrado de jovens cientistas que continuaram a sua formação, e hoje também são formadores de recursos humanos para a Arqueologia, Antropologia e História. |