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A hipótese literária de Renato Nunes Bittencourt busca em Dostoiévski a comunhão tipológica de Jesus pela análise do príncipe Míchkin, protagonista do livro O Idiota. Esta hipótese fora significativa na recuperação de O Anticristo como texto filosófico, na medida em que desmontou a carapaça preconceituosa criada para desmerecer o trabalho de Nietzsche afirmando a inautenticidade do texto como mero panfleto blasfemo ou delírio de uma mente que já mostrava sinais de que sucumbiria. A hipótese médica de Allan Sena passa pelos textos de Morel e Féré defendendo a tese de que o idiota de Jesus não é uma referência ao príncipe Míchkin, mas uma construção produzida pelo contato de Nietzsche com a literatura médica muito em voga entre os intelectuais do século XIX. Aliás, o próprio Dostoiévski, segundo Sena, teria formulado o príncipe Míchkin sob tal influência. Que a idiotia, portanto, corresponderia a um transtorno psiquiátrico que retardaria o desenvolvimento da pessoa numa época ainda bem infantil. |