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RESUMO O comércio transatlântico de escravos africanos esteve estreitamente relacionado às transações de manufaturas entre europeus e africanos, em particular, de tecidos, como, há décadas, a historiografia tem demonstrado. Em Angola, o comércio nos portos e sertões, para obtenção e exportação de cativos, também teve como elemento fundamental a importação de têxteis, que compunham a cesta de produtos pagos em troca dos escravizados. Neste artigo, discutimos o papel do Contrato de Angola no fornecimento de têxteis aos mercadores de Luanda, destacando a proveniência geográfica e os tipos de tecidos comercializados, tomando como base dados dos registros comerciais mantidos por seus administradores em Luanda nas décadas de 1760 e 1770. De forma a realçar os nossos resultados, comparamos com dados de transações mercantis do final do século XVII e do comércio angolano no final do século XVIII e início do XIX. Concluímos pela estabilidade de certos padrões desse comércio, como a aversão dos agentes reinóis a investirem diretamente nos escravos a serem exportados, bem como destacamos algumas diferenças, tais como o maior peso dos têxteis europeus na oferta de manufaturas pelo Contrato de Angola. |