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Este artigo tem como ponto de partida alguns dos enunciados que atualmente incidem sobre o fazer artístico, especialmente as propostas sobre a economia criativa, a economia das artes ou a economia da cultura. Em geral, eles se baseiam na possibilidade de extrair riquezas do pensamento, das redes e dos afetos. O apelo crescente por criatividade, que decorre desses discursos, leva a críticas sobre a exploração do trabalho criativo e sua inserção nos processos capitalistas. Todo esse movimento pode ser lido pelo viés da biopolítica, uma forma de poder que se estende por todos os domínios da vida. Mas é também essa dinâmica que faz da criação artística um campo de resistência e de disputa política em que concorrem vozes provenientes de diversos locais da sociedade. |