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Introdução: Medidas de distanciamento social empregadas para conter a pandemia da COVID-19, o receio da população em se infectar ao se deslocar para doar sangue e a exclusão de candidatos com suspeita da doença ocasionou níveis críticos nos estoques de bancos de sangue. Entretanto, a demanda por sangue permaneceu e cirurgias adiadas devido à pandemia têm sido retomadas, aumentando a necessidade de doações. Esse contexto motivou o serviço de hemoterapia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) e a Liga do Sangue da UFCSPA (LiSan) a realizar, conjuntamente, uma campanha de doação de sangue pelas redes sociais. Objetivos: Incentivar a doação de sangue durante a pandemia da COVID-19 pelas redes sociais. Método: Realizou-se posts em redes sociais, Instagram (@ligadosangue) e Facebook (@liga.sangue) da LiSan sobre a necessidade de doações no HCPA e, dentre elas, abordou-se a carência de sangue tipo O+/O- e A+/A-. Foram realizadas também enquetes (Instagram) com indagações sobre o tipo sanguíneo, intenção de doar e intervalo desde a última doação, dentre outras. A partir dessas interações, os participantes foram contatados e os interessados em doar passaram por uma pré-triagem com avaliação de critérios básicos para doação de sangue, excluindocandidatos inaptos. Uma tabela de pré-agendamento com informações dos candidatos (tipo sanguíneo, contato e data de preferência para a doação) foi produzida e repassada para o Banco de Sangue do HCPA, a fim de organizar a logística das doações. Por fim, os interessados eram direcionados para o agendamento on-line do serviço de hemoterapia. Resultados: A postagem sobre os tipos sanguíneos O+/O- e A+/A- obteve um alcance de 2.933 contas (70% pertenciam a usuários que não seguiam a conta da LiSan) e foi compartilhada 1.642 vezes.As enquetes tiveram 144 respostas para a pergunta sobre já ter doado (57% respondeu sim), 192 para ser dos tipos O+/O- (52% eram desses grupos), 74 para o intervalo desde a última doação (59% respondeu ter doado há mais de 4 meses) e 60 para ter intenção de doar se nunca o fez (93% respondeu sim). No primeiro mês da campanha (junho), houve o agendamento de 21 doações através da liga. Observou-se um alcance pelo Facebook inferior ao do Instagram. Discussão: O intenso compartilhamento do post sobre necessidade de doação de sangue e o significativo número de respondentes das enquetes realizadas proporcionou uma maior abrangência da ação, não se limitando apenas aos usuários que seguem o perfil da LiSan nas redes. Além disso, o conteúdo atingiu um grande número de jovens adultos (seguidores da LiSan), público alvo para a doação de sangue. Embora a adesão ao pré-agendamento tenha sido relativamente baixa, é importante considerar que a divulgação ocasionou também doações não vinculadas a ele, mas que contribuíram igualmente para os estoques de sangue. A ação proporcionou ainda a interação com o público por meio de comentários e de respostas a dúvidas sobre a doação de sangue. Conclusão: As redes sociais se mostram uma potencial ferramenta no incentivo à doação de sangue, auxiliando a captação de doadores, além de disseminar informações a respeito da doação, colaborando para a adesão de novos doadores. É necessário ainda criar e aprimorar estratégias para o recrutamento constante e fidelização de candidatos, a fim de proporcionar a manutenção dos estoques de sangue. |