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Objetivo: Refletir sobre a realidade vivenciada por enfermeiros atuantes na linha de frente de cuidado aos doentes e combate à COVID-19, por meio de narrativas (auto)biográficas. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, por meio de narrativas (auto)biográficas, com abordagem qualitativa. Os participantes desta pesquisa foram 76 enfermeiros(as), atuantes na linha de frente de cuidado a pessoas com COVID-19, em todos os Estados brasileiros, sendo que a coleta de dados ocorreu entre 25 de maio e 15 de julho de 2020. As informações coletadas foram submetidas à Análise de Conteúdo, proposta por Bardin. Ademais, para embasar a análise (auto)biográfica foram utilizados os contributos de Boaventura de Sousa Santos e Michel de Certeau. Resultados: Constatou-se que a maioria dos participantes referiu ter acesso aos equipamentos de proteção individual, entretanto com restrição e a partir de protocolos de consecução muito rigorosos e ainda, em quantidade, durabilidade e adequabilidade duvidosos. Quanto ao uso dos recursos recebidos por Estados e Municípios durante a pandemia, verificou-se o posicionamento de enfermeiros(as) que acreditam que os recursos recebidos foram suficientes, mas a aplicações dos mesmos foi inadequada, e concepções de que os pecúlios recebidos não correspondem à necessidade dos serviços de saúde. As falas contidas neste artigo demonstram que os profissionais estão exaustos, desnorteados e clamando por reconhecimento e visibilidade social e profissional. Conclusão: Espera-se que as narrativas aqui exibidas sirvam não apenas para denunciar as péssimas conjunturas vivenciadas, mas para comprovar a importância de se estabelecer melhores oportunidades aos profissionais. |