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Desde a aprovação do Estatuto da Criança e do Adolescente, várias políticas para a infância foram desenvolvidas a fim de garantir a proteção a esse público, dentre as quais consta a criação das Casas de Acolhimento, que têm por função abrigar esse público até que o destino da criança seja traçado pela justiça. Assim, objetivamos apresentar o perfil das famílias de crianças e adolescentes abrigados no município de Araguaína/TO. Para tanto, fez-se um censo a partir das fichas de entrada e saída da instituição, entre os anos de 2008 e 2019. Os resultados foram analisados a partir de estatística descritiva e de análise qualitativa de alguns casos selecionados por suas especificidades. Os resultados indicam famílias de alta vulnerabilidade social, a maioria preta ou parda, com tendência a organizações monoparentais chefiadas por mulheres. Do ponto de vista qualitativo, revelam aspectos e discussões que envolvem a caracterização de uma necropolítica que só sedimenta a vulnerabilidade social por parte do estado e do uso de táticas por parte das famílias, que lhes permitem acessar de forma mais tranquila benefícios sociais. Consideramos que é possível repensar o formato de proteção à infância investindo em intervenções nas famílias sem o rompimento dos laços afetivos. |
