Intoxicação experimental por Senecio brasiliensis (Asteraceae) em eqüinos Experimental poisoning by Senecio brasiliensis (Asteraceae) in horses

Autor: Célso Pilati, Claudio S.L. Barros
Jazyk: English<br />Portuguese
Rok vydání: 2007
Předmět:
Zdroj: Pesquisa Veterinária Brasileira, Vol 27, Iss 7, Pp 287-296 (2007)
Druh dokumentu: article
ISSN: 0100-736X
1678-5150
DOI: 10.1590/S0100-736X2007000700006
Popis: As partes aéreas dessecadas de Senecio brasiliensis (Spreng.) colhidas em estágio de brotação foram administradas a 14 eqüinos de raça mista, com idades de 4-22 anos e pesos de 230-475 kg. Um eqüino de 15 anos, que não recebeu a planta, serviu de controle. Pequenas quantidades da planta eram misturadas à ração oferecida aos eqüinos; quantidades maiores eram moídas, misturadas em água e administradas por sonda nasogástrica. Biópsias hepáticas foram periodicamente realizadas em 11 eqüinos. Nove eqüinos morreram com sinais ou lesões da intoxicação após receberem quantidades da planta correspondente a 0,87%, 1,5% (administrações únicas), 1,74% (duas administrações semanais), 3.0% (três administrações diárias), 7.42% (17 administrações semanais), 8.9% (284 administrações diárias), 9.66% (82 administrações diárias) e 9,30% (43 administrações semanais) de seus pesos corporais. Dois eqüinos que receberam quantidades da planta correspondentes a 15,0% (30 e 60 administrações diárias) de seus pesos corporais morreram durante o experimento por causas não relacionadas à intoxicação. Três eqüinos que receberam quantidades da planta correspondentes a 0,5% e 1.0% (administrações únicas), 15.0% (240 administrações diárias) de seus pesos corporais e o eqüino controle sobreviveram sem apresentar sinais clínicos. A doença clínica induzida pela planta teve uma evolução de 1-30 dias e foi caracterizada por anorexia, icterícia, e sinais neurológicos de encefalopatia hepática. Perda de peso foi observada nos casos de evolução clínica mais longa. Os achados de necropsia incluíam acentuação do padrão lobular na superfície natural e de corte dos fígados ou eram firmes e vermelho-escuros. Hemorragias disseminadas eram freqüentes, mas mais conspícuas no tecido subcutâneo, superfícies serosa e mucosa do trato gastrintestinal. Edema era observado na submucosa do trato gastrintestinal e nas cavidades orgânicas. Microscopicamente, o fígado dos eqüinos que ingeriram quantidades maiores da planta por períodos relativamente curtos mostrava necrose coagulativa e hemorragia com cuja distribuição variava de centrolobular a massiva. Hepatomegalocitose moderada ou acentuada e fibrose discreta a moderada foi observada em 4 eqüinos que ingeriram pequenas quantidades da planta por períodos mais prolongados. Colestase e hemossiderose foram observadas no fígado de 8 eqüinos, agregados de neutrófilos no de 6, e pseudo-inclusões acidofílicas intranucleares ocorreram nos hepatócitos do fígado de 3 eqüinos. Alterações sugestivas de encefalopatia hepática foram observadas no encéfalo de 6 eqüinos. A lesão mais precoce observada nas biópsias hepáticas foi vacuolização dos núcleos de hepatócitos seguida por perda de hepatócitos por apoptose, hepatomegalocitose, infiltração por neutrófilos e necrose centrolobular. Ocasionalmente, observavam-se pseudo-inclusões acidofílicas intranu-cleares nos hepatócitos e, em casos mais crônicos, leve fibrose. Não foram observadas alterações nas biópsias hepáticas dos 4 eqüinos que receberam a planta e que sobreviveram, nem nas biópsias hepáticas dos 2 eqüinos que morreram de causas não relacionas à intoxicação. O eqüino controle não apresentou sinais clínicos.Fourteen 4 to 22-year-old mixed breed horses weighing 230-475 kg were experimentally fed the dried aerial parts of Senecio brasiliensis (Spreng.) collected in its sprouting stage. A 15-year-old horse served as non-plant-fed control. Small amounts of the dried plant material were admixed in the ration given to the horses; larger amounts were grounded, admixed with water and force fed through nasogastric intubation. Liver biopsies were periodically performed in 11 horses. Nine horses died with signs or lesions of the poisoning after having received amounts of the plant corresponding to 0.87%, 1.5% (single administrations), 1.74% (two weekly administrations), 3.0% (three daily administrations), 7.42% (17 weekly administrations), 8.9% (284 daily administrations), 9.66% (82 daily administrations) and 9.30% (43 weekly administrations) of their body weight. Two horses which received amounts of the plant corresponding to 15.0% (30 and 60 daily administrations) of their body weight died during the experiments due to unrelated causes. Three horses which received amounts of the plant corresponding to 0.5% and 1.0% (single administrations), and 15.0% (240 daily administrations) of their body weight, and the control horse survived without any clinical signs. The disease induced by the plant had a clinical course of 1-30 days and was characterized by anorexia, jaundice and neurological signs of hepatic encephalopathy. Weight loss was observed in the more protracted cases. Necropsy findings included marked enhancement of the lobular pattern of the livers or those were firm and dark-red. Hemorrhages were frequent and more conspicuous on the subcutis, serosal surfaces and in the gastrointestinal mucosa. Edema occurred in the submucosa of the gastrointestinal tract and in body cavities. Histologically, the livers of horses that ingested relatively larger amounts of the plant for short periods of time had zonal coagulative necrosis and centrilobular to massive hemorrhages. Moderate to marked hepatomegalocytosis and mild to moderate fibrosis were seen in 4 horses which ingested small amounts of the plant for longer periods. Cholestasis and hemosiderosis were observed in the liver of 8 horses, neutrophilic aggregates in 6 and acidophilic intranuclear pseudo-inclusion bodies in hepatocytes of 3 horses. Changes suggestive of hepatic encephalopathy were observed in the brain of 6 horses. The earliest detected change in the liver biopsies was vacuolization of hepatocyte nuclei followed by apoptotic loss of hepatocytes, hepatomegalocytosis, infiltration of neutrophils and centrolobular necrosis. Occasionally hepatocellular acidophilic intranuclear pseudo-inclusion bodies and, in more protracted cases, slight fibrosis were seen. No changes were observed in the liver biopsies of the 3 plant-fed horses that survived, nor on the 2 horses that died of unrelated causes. The control horse had no clinical signs.
Databáze: Directory of Open Access Journals