Mecanismos endócrinos e moleculares envolvidos na formação do corpo lúteo e na luteólise: revisão de literatura

Autor: Claudia Maria Bertan, Mario Binelli, Ed Hoffmann Madureira, Anneliese de Souza Traldi
Jazyk: English<br />Portuguese
Rok vydání: 2006
Předmět:
Zdroj: Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science, Vol 43, Iss 6 (2006)
Druh dokumentu: article
ISSN: 1678-4456
1413-9596
DOI: 10.11606/issn.1678-4456.bjvras.2006.26563
Popis: O corpo lúteo (CL) é uma estrutura endócrina transitória formada por células luteais esteroidogênicas pequenas (SLC) e grandes (LLC), que associadas aos fibroblastos e a uma ampla rede de capilares constituem uma estrutura especializada na síntese de progesterona (P4). De maneira geral, para a síntese de P4 nas células luteais esteroidogênicas, o colesterol se liga a receptores específicos na membrana celular e é transportado ao citosol. Posteriormente, o colesterol dirige-se a membrana mitocondrial interna e por ação da enzima P450scc transforma-se em pregnenolona. No retículo endoplasmático liso a pregnenolona é convertida a P4 pela enzima 3²-hidroxiesteróide deidrogenase (3²-HSD). A proteína de regulação aguda da esteroidogênese (StAR), o receptor benzodiazepínico tipo periférico (PBR) e a endozepina participam no transporte do colesterol para os diferentes compartimentos mitocondriais. Assim, supõe-se que a capacidade de síntese de P4 no CL esteja relacionada à concentração celular de receptores que captam o colesterol, às enzimas P450scc e 3²-HSD, e às proteínas celulares transportadoras de colesterol. Na espécie bovina, as LLC são responsáveis por mais de 80% da produção deste hormônio no CL. A menor concentração de proteínas transportadoras de colesterol na mitocôndria parecem limitar a síntese de P4 nas SLC. A P4 favorece um meio ambiente uterino apropriado para o desenvolvimento do(s) concepto(s), dependendo da espécie. Na maioria das espécies, a ausência da fertilização ou a incapacidade do concepto em sinalizar sua existência no útero estabelecem a luteólise. Tal evento fisiológico caracteriza-se pela regressão funcional e estrutural do(s) corpo(s) lúteo(s). Para o estabelecimento e a manutenção da prenhez torna-se necessário o bloqueio da luteólise por mecanismos que diferem entre as espécies. Em primatas e equídeos esse reconhecimento ocorre pela secreção de gonadotrofinas específicas e em ruminantes pela presença de fatores anti-luteolíticos. Esta revisão tem como objetivo caracterizar os mecanisnos endócrinos e moleculares envolvidos na formação do corpo lúteo e na luteólise.
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