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Contando com uma rede de apoiadores e adeptos, o poeta português António Feliciano de Castilho (1800-1875) encontrou, por outro lado, resistências e intitulou de “adversários” os críticos ao seu método de ensino de leitura, tanto em Portugal, quanto no império brasileiro. O autor elaborou seu método a partir da proposição de diferentes reformas na instrução primária e secundária em Portugal e no Brasil, idealizando uma escola como palco de experimentações de um projeto de redenção pedagógica e social. Na tentativa de divulgação do que considerava uma novidade metodológica, o autor veio ao Brasil, em 1855. Nessa rede de sujeitos e de espaços transatlânticos de circulação de ideários pedagógicos entre Portugal e Brasil, o objetivo deste escrito é investigar a divulgação e apropriação das ideias de António Feliciano de Castilho, em específico do seu método de leitura repentina, antes de sua vinda ao Brasil. Desse modo, o artigo ancora-se numa análise de diversas fontes documentais, tomando como recorte temporal inicial o ano de 1851, quando na imprensa brasileira houve, mais enfaticamente, anúncios da primeira edição do método Castilho, intitulado de Leitura Repentina (1850), até a chegada de seu autor ao país, em março de 1855. A partir desse intervalo de tempo, inicialmente destaca-se a abertura de escolas pelo método de leitura repentina nas províncias do império e, na sequência, analisa-se a Cartilha de leitura repentina, ou plágio do Método Castilho (1854), escrita pelo português João Vicente Martins (1808-1854), naturalizado brasileiro, que objetivava difundir a proposta de Castilho pelo Brasil. |