Ficção 80/90: literatura e epidemia discursiva
Autor: | Renata Farias de Felippe, João Alcides Haetinger Esmerio |
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Jazyk: | portugalština |
Rok vydání: | 2020 |
Předmět: | |
Zdroj: | Anuário de Literatura, Vol 25, Iss 1 (2020) |
Druh dokumentu: | article |
ISSN: | 2175-7917 1414-5235 |
DOI: | 10.5007/2175-7917.2020v25n1p130 |
Popis: | Este artigo pretende reanalisar parte da produção literária brasileira dos anos 1980, a partir das contradições de uma década marcada, simultaneamente, pelo arrebatamento e pelo terror. Período caracterizado pela euforia em torno da redemocratização, o decênio é também impactado pela descoberta da AIDS como pandemia, acontecimento responsável pela regulação dos corpos — ocasionada pela ênfase na prática do sexo seguro — e pela estigmatização da homossexualidade. Em Aids e suas metáforas, Susan Sontag (1989) analisa o imaginário em torno da doença, cujos desdobramentos seriam tanto o recrudescimento do preconceito contra homossexuais quanto a culpabilização das vítimas do vírus. Quando retomados e associados ao contexto brasileiro, os argumentos de Sontag (1989) assumem conotações distintas, que permitem revisitar a literatura brasileira a partir do olhar que as manifestações do período direcionaram à pandemia (recorte praticamente ignorado pela historiografia e pela crítica literária). Esse viés também permite refletir sobre a “utilidade” que a insistente exploração das metáforas ligadas à AIDS pode ter assumido. O desenvolvimento dessas propostas tomará os contos “Linda, uma história horrível” e “Depois de agosto”, ambos do escritor brasileiro Caio Fernando Abreu (1988; 1995), como referências para a análise. |
Databáze: | Directory of Open Access Journals |
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