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O artigo analisa fontes literárias e jornalísticas, com atenção especial para jornais que circularam no Rio de Janeiro em 1890, mesmo ano de publicação do romance O Cortiço, de Aluísio Azevedo. Por meio do cruzamento de vários jornais pertencentes à “grande imprensa” ou “imprensa comercial”, verifiquei os posicionamentos, geralmente de homens brancos, diante de histórias de crimes que envolviam mulheres que exerciam o ofício de lavadeiras. Foi importante observar os títulos das notícias e a inserção de artifícios literários para a construção das narrativas jornalísticas. Desse modo, foi possível saber que, apesar de haver uma insistência pela divulgação de características associadas ao perigo que aquelas mulheres supostamente carregavam, a polifonia da imprensa prevalecia. Em conjunto com essa análise, o romance de Aluísio Azevedo serviu para evidenciar como um mesmo público poderia acessar narrativas que permitiam vislumbrar a vivência de mulheres pobres, trabalhadoras, imigrantes e descendentes de pessoas escravizadas. Eram mulheres e personagens que lutavam por direitos considerados justos, como a manutenção do trabalho, da família e da casa, mesmo quando a divulgação de uma visão positiva para elas não parecia ser o objetivo final daqueles homens de letras |