Implementação de um programa online para alteração da prescrição de benzodiazepinas em Portugal: um estudo randomizado por clusters

Autor: Teresa Reis, Helena Serra, Sofia Azeredo, Miguel Xavier
Jazyk: English<br />Spanish; Castilian<br />Portuguese
Rok vydání: 2022
Předmět:
Zdroj: Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, Vol 38, Iss 5 (2022)
Druh dokumentu: article
ISSN: 2182-5181
DOI: 10.32385/rpmgf.v38i5.13422
Popis: Introdução: A prescrição excessiva de benzodiazepinas (BZD) há muito que é considerada um problema de saúde pública mundial. Apesar da existência de evidência significativa sobre intervenções para alterar os padrões de prescrição de BZD, a maioria não relata efeitos significativos ou de longo prazo. Objetivo: Estudar o efeito da implementação de uma intervenção comportamental digital no padrão de prescrição de BZD, utilizando como recurso uma plataforma online – denominada ePrimaPrescribe. Secundariamente, determinar o efeito da implementação da plataforma no registo de diagnóstico codificado nos mesmos meses da prescrição de BZD e os custos da comparticipação para o SNS destas prescrições. Métodos: Utilizou-se uma metodologia de randomização por clusters para distribuir dezoito unidades de saúde familiar de uma região de Portugal. O estudo incluiu prescrições de BZD de 250 médicos de família, por um período de doze meses antes e após a implementação da intervenção. Resultados: Verificou-se que as BZD foram prescritas com maior frequência a idosos e mulheres. A BZD prescrita mais frequentemente foi o alprazolam. A maioria das BZD prescritas tinha uma semi-vida intermédia. Na maioria das análises não foi encontrada nenhuma mudança significativa no padrão de prescrição de BZD. Em relação aos objetivos secundários, a perturbação depressiva, a perturbação ansiosa e a demência foram, respetivamente, o primeiro, segundo e quinto diagnósticos mais frequentemente registados associados à prescrição de BZD. A comparticipação das BZD representou uma despesa média de aproximadamente 1.300 € por unidade de saúde por mês. Conclusão: Não foi possível encontrar nenhuma diferença significativa no padrão de prescrição de BZD após a implementação do ePrimaPrescribe. São necessários mais estudos para explorar as barreiras à alteração do padrão de prescrição de BZD nos cuidados de saúde primários.
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