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A década de 1950, no Brasil, foi marcada pela euforia desenvolvimentista e personificada pela arquitetura com a construção de Brasília. Em paralelo à esta euforia, no Rio de Janeiro, então capital federal, o número de moradores em favelas crescia, e as mazelas sociais afloravam como um problema a ser entendido e remediado. Esta preocupação abriu espaço para a realização de pesquisas sobre as condições de vida desta população, e possibilitou a atuação de órgãos de assistência técnica recém-criados dentro do quadro de institucionalização do urbanismo no Brasil. O artigo analisa o relatório Aspectos Humanos da Favela Carioca, elaborado pela Sociedade para Análises Gráficas e Mecanográficas Aplicadas aos Complexos Sociais, publicado em 1960 pelo Jornal O Estado de São Paulo. A partir da pesquisa documental, que analisou o relatório mencionado, o artigo explora as principais constatações apontadas pela equipe de pesquisadores quanto à vida nas favelas do Rio de Janeiro. Além disso, o trabalho demonstra a contribuição deste relatório na inserção do reconhecimento da favela como forma de moradia popular, ao mesmo tempo em que tenta minimizar os preconceitos que havia sobre estes territórios populares. |