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O presente artigo está organizado em três momentos. Inicialmente, procede-se a um duplo debate: uma reflexão sobre a opção majoritária de se grafar ethos como palavra estrangeira e a proposta de conferir ao conceito uma grafia em língua portuguesa, a saber, etos, como já o apresentam diferentes dicionários; uma indagação sobre a real necessidade de se manterem categorias como as de etos pré-discursivo (ou prévio) e etos dito, tendo em vista a produtividade de uma concepção de etos tal como fora postulada em seus primórdios, restrita ao que se chamou etos mostrado. Em um segundo momento, um exercício de leitura de texto publicado na mídia digital sobre tema da atualidade, a saber, o casamento gay, reproduzido em anexo, terá por objetivo ratificar a pertinência da opção que fazemos por manter uma única categoria de etos, considerando que dispositivos como o vocabulário e coenunciadores, integrantes da semântica global de D. Maingueneau, podem dar conta do que vem sendo atribuído a diferentes subcategorias de etos. Por fim, propõe-se uma breve reflexão acerca da noção de subjetividade, a qual ocupa um lugar central nos estudos de base discursiva, buscando-se afastar uma concepção essencialista ou naturalizada do conceito, que muitas vezes é responsável por torná-la indistinta do que se compreende por identidade e individualidade. |