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Esta pesquisa teve como principal objetivo compreender a atuação dos profissionais de lazer na natureza na cidade de Belo Horizonte e entornos, levando em consideração quatro modalidades: mountain bike, escalada, observação de vida selvagem e trekking de longa duração. As indagações que guiaram a investigação foram: como se constitui a atuação profissional desses sujeitos levando em consideração diferentes experiências de lazer na natureza? Na visão desses profissionais, como se estabelece a relação entre trabalho e lazer nessas experiências na natureza? Quais os aspectos abordados nos discursos e nas práticas desses profissionais quando se pensa na consciência ambiental e degradação do meio ambiente? A metodologia da pesquisa em questão teve um cunho qualitativo e associou a pesquisa bibliográfica à pesquisa de campo, na qual os dados foram coletados por meio da observação participante e entrevistas semiestruturadas com 15 voluntários, compreendendo profissionais que atuam no âmbito do lazer na natureza na região privilegiada. A observação participante aconteceu durante as viagens organizadas por esses profissionais e, além da sua atuação, buscou-se observar: a relação com os praticantes das modalidades, o comportamento em relação à natureza e o contato estabelecido com os vilarejos nos quais se desenvolviam essas experiências e a relação lazer/trabalho. Os resultados evidenciaram que os profissionais que atuam no lazer na natureza iniciam uma aproximação com essas experiências através da influência familiar e que, ao longo do tempo, aquilo que outrora era considerado lazer, torna-se profissão. A partir desse primeiro contato, eles buscam um melhor aprimoramento técnico em cursos de graduação, cursos de extensão e em organizações que objetivam uma maior profissionalização da área. A busca pelo “risco” parece exercer grande influência na preferência pelas experiências de lazer na natureza e, nesse aspecto, a natureza é levada a um segundo plano. Questões como consciência ambiental e degradação do meio ambiente possuem pouca relevância nos discursos e nas práticas dos profissionais que atuam nas experiências de mountain bike e escalada. Por outro lado, a visão contemplativa merece destaque e pode ser analisada como um “contra- fluxo” da indústria do consumo, que também usurpou este segmento. Embora também sejam passíveis de críticas, os profissionais que atuam em atividades como a observação de vida selvagem e trekking de longa duração evidenciaram uma maior sensibilidade quanto às questões ambientais e uma maior influência nesse aspecto no contato com os praticantes. Uma visão menos dicotômica, na qual as barreiras entre ser humano e natureza se estreitam, pode ser alcançada através dessas vivências de lazer na natureza e, nesse aspecto, os profissionais que atuam nesse segmento merecem grande destaque e importância. Foi perceptível, nos discursos e práticas desses sujeitos, a importância dessas experiências de lazer na natureza no despertar de uma consciência ecológica e que é tão cara no momento presente. |
