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INTRODUÇÃO: A concentração urbana das faculdades médicas limita a exposição dos estudantes aos desafios rurais, dificultando a implementação das diretrizes que visam humanizar a formação profissional. Surge, então, a necessidade de atividades acadêmicas que abordem tais demandas, principalmente sobre as endemias rurais. OBJETIVOS: Relatar a experiência de estudantes de medicina com visitas clínicas domiciliares a famílias em condições socioeconômicas desfavoráveis no município de São Benedito do Sul, PE. METODOLOGIA: Os recursos obtidos pela venda de alimentos e doados por residentes do Procape/UPE custeou deslocamento e estadia de doze estudantes e orientadora. Com auxílio da Agente Comunitária de Saúde local, cinco famílias foram selecionadas. Aplicou-se formulários para coleta de queixas ligadas a alguma doença, conteúdo da alimentação e condições de moradia, além da realização de exame físico e de um eletrocardiograma. RESULTADOS: Notou-se grande precariedade em relação às moradias e condições de acesso à saúde. A renda total era em média inferior a um salário mínimo, enquanto a educação variou do analfabetismo ao fundamental incompleto. Nas residências não havia acesso a chuveiro ou vaso sanitário. Derivados do milho acrescido de carne embutida eram a base alimentar, com consumo esporádico de feijão, galinha ou ovo. Registrado diversos relatos sobre a assistência à saúde gratuita em estado precário. CONCLUSÃO: A vivência do projeto foi fundamental na construção crítica do conceito ampliado de saúde. Evidenciou-se que o SUS não atinge completamente as demandas da região. Torna-se necessária uma reavaliação da qualidade da assistência médica local, para que possa suprir as necessidades dos moradores. |