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A sessão de votação da admissibilidade do impeachment da presidenta Dilma Rousseff, ocorrida no dia 17 de abril de 2016, retrata a presença/intensidade do acionamento discursivo da Literatura Sagrada Cristã no debate público brasileiro. Os embates políticos são também lutas de imaginários e formações discursivas que disputam a legitimidade perante a sociedade. Para investigar tal processo, o presente artigo retoma e analisa os textos bíblicos acionados na referida sessão parlamentar, com ênfase no versículo 12 do Salmo 33, que apresentou maior recorrência entre as citações, tendo como base os conceitos de Representação e Imaginário, oriundos do campo da História Cultural, e as concepções de Formação Discursiva e Interdiscurso, vinculadas ao arcabouço teórico da Análise do Discurso, e em diálogo com estudos sobre a Literatura Sagrada das Religiões. Desta forma, a presente investigação analisa, através do discurso, o modo como a Presidenta é anunciada como preterida por aqueles que se sentem escolhidos e reivindicam para Deus a constituição do processo que empreendem. |
